//POLÍTICA// Para evitar catástrofe, Bolsonaro tem de cair, diz historiador

 

Valter Pomar: “Um governo que não aposta no SUS
afeta a vida de cada um dos brasileiros e brasileiras”

O Brasil não tem vacinas para imunizar 70% de sua população porque o governo do presidente Jair Bolsonaro decidiu desconsiderar medidas corriqueiras que permitem a vacinação todos os anos de  80 milhões de pessoas contra a gripe. A mobilização da população para derrubar o governo federal é a única saída para evitar uma catástrofe que já está em curso e que pode levar a 500 mil mortes.

Essa foi a análise do cenário brasileiro feita pelo historiador Valter Pomar, integrante da direção nacional do Partido dos Trabalhadores, em entrevista ao Serra Negra na Roda nesta terça-feira, 2 de março. 

Pomar lembrou que o impeachment de Bolsonaro já vem sendo cogitado desde 2020 quando o número de mortos chegava a 20 mil. A ideia não prosperou porque parte da população defendeu na ocasião a permanência do presidente no cargo para evitar disputas políticas que poderiam comprometer o combate à pandemia e a preservação de vidas.

“Mas já temos 250 mil mortos. Deixar esse governo governar é deixá-lo contribuir para a expansão da pandemia, expansão do desemprego e a expansão da miséria no país. Para mim, a questão imediata é mobilizar pelo impeachment do presidente da República”, afirmou o historiador.

Pomar avalia que Bolsonaro não pretende promover a vacinação em massa porque as mobilizações contra seu governo poderiam se intensificar com a população imunizada e apta para sair às ruas. 

Uma evidência de que não interessa ao governo vacinar os brasileiros, Pomar aponta, são os vetos do presidente à medida provisória, aprovada pela Câmara e pelo Senado, que autoriza a aquisição de vacinas por Estados e municípios quando o governo federal não puder realizar a compra.

“O que o governo federal fez? Vetou. Ele não ajuda e impede quem quer fazer alguma coisa. Não tem possibilidade de conviver com isso”, afirmou. O historiador explica que decisões como essas no âmbito federal afetam diretamente os municípios, como Serra Negra que volta à fase vermelha a partir de sábado.

“Municípios como Porto Alegre, Manaus, Araraquara e Campinas estão sendo obrigados a fazer lockdown, obrigados a reduzir as atividades das pessoas para diminuir o número de contaminação, de internações e mortes em decorrência da política federal”, afirmou. “Um governo que não aposta no Sistema Único de Saúde [SUS] afeta a vida de cada um dos brasileiros e brasileiras”, concluiu.

O programa Serra Negra na Roda é produzido pela Casa da Cultura e Cidadania Dalmo de Abreu Dallari. Na próxima semana serão transmitidos dois programas: na terça-feira, 9 de março, às 20 horas, o nutricionista serrano Lucas Berloni falará sobre o projeto que vai iniciar, em conjunto com a Casa da Cultura e Cidadania, sobre alimentação saudável, e na quarta-feira, 10 de março, também às 20 horas, o entrevistado será o presidente da Câmara Municipal, César Borboni, o Ney.

Abaixo, a íntegra do programa com Valter Pomar:



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