//PANDEMIA// Circuito das Águas Paulista já enfrenta a terceira onda, mais intensa


 

Lucas Menezes


Mal passou a segunda onda de casos confirmados de covid-19 no Circuito das Águas Paulista e vemos a chegada de outra, a terceira, agora mais intensa e com maior potencial de causar sintomas mais graves nos pacientes infectados. 

É isso que mostram os gráficos da parte superior da figura, que relatam o desenvolvimento da pandemia ao longo de todo o período (à esquerda) e, também, dos últimos 14 dias (faixa de gráficos à direita, com as porcentagens). Nesse último período, houve um aumento de 93% no número de casos e 10% no número de mortes na região. 

Esse é o contexto que, não somente nossa região, mas todo o país, se encontra; desta vez, todos ao mesmo tempo. A causa dessa guinada mais vertiginosa que esta última onda de contaminação apresenta em relação às outras é a (alta) probabilidade da variante mais contagiosa do vírus ter se espalhado por todo o país: ela já foi encontrada em 17 Estados [1]. Somado a isso, a falta de auxílio financeiro emergencial neste momento impede que muitas pessoas consigam fazer o isolamento social necessário para conter a disseminação. 

Se comparado às médias estadual e nacional, o Circuito das Águas Paulista não é uma região das mais afetadas pela pandemia até agora, como podemos observar na comparação na parte de baixo da figura, mas isso também pouco importa: enquanto as grandes cidades funcionarem como exímias fabricantes de variantes mais potentes do vírus, todos estamos à mercê de novas ondas de contaminação, e cada vez piores. 

Mais que isso, sem o auxílio hospitalar de tais cidades, para nossa região em particular, do HC da Unicamp, que já se encontra no limite de disponibilidade [2], não haverá para onde levar novos pacientes graves da doença, e veremos também por aqui as cenas desoladoras que assistimos em outros Estados. 

Na minha visão, o que devemos lutar com "unhas e dentes" é pela aprovação de um auxílio emergencial, tanto financeiro quanto alimentício, se for o caso. Só assim será possível fazer o isolamento necessário para mantermos níveis mais seguros de leitos disponíveis nos hospitais. Mais que isso, ele tem que ser implementado imediatamente! 

Essa situação, na qual todos nós nos encontramos, durará provavelmente até a vacinação atingir a maioria da população. Esse é o melhor cenário, infelizmente. O cenário intermediário seria a não implementação do auxílio, que levaria à falta de isolamento e o colapso temporário do sistema de saúde, contabilizando mais centenas de milhares de mortes no Brasil. 

Agora, se não fizermos o isolamento e, porventura, uma variante do vírus resistente às vacinas se desenvolva, aí o cenário será de calamidade e o resultado catastrófico. 

Referências: 

[1] https://www.nexojornal.com.br/expresso/2021/03/01/O-que-a-ci%C3%AAncia-j%C3%A1-respondeu-sobre-a-variante-brasileira 

[2] https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2021/03/09/campinas-tem-um-leito-de-uti-covid-livre-no-sus-lotado-hc-suspende-atendimentos-no-ps-e-eletivas.ghtml

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