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Fernando Pesciotta
Jair Bolsonaro imita o nazismo. Assim como Joseph Goebbels, sua comunicação foca o abuso de mentiras, algumas repetidas exaustivamente, como a cloroquina e o tratamento precoce.
Uma das primeiras medidas adotadas por Adolf Hitler quando chegou ao poder, em 1933, foi armar a população. Ou melhor, armar seus apoiadores, dando origem à SS e Gestapo. E militarizar o governo. Bolsonaro faz igual.
Na saúde pública, o bolsonarismo segue a orientação nazista. Hitler abusou da eugenia (seleção das coletividades humanas baseada em leis genéticas) da raça ariana. Negros, ciganos, judeus e homossexuais foram dizimados.
A Alemanha nazista matou todos os cidadãos com qualquer tipo de deficiência e portadores de síndromes.
Bolsonaro faz o mesmo. Seu negacionismo com a pandemia do coronavírus se alimenta do DNA nazista. Sua mente doentia quer que sobrevivam apenas os mais fortes, para a depuração da raça. A morte de índios, por exemplo, cresceu 108% desde julho.
No dia em que o Brasil bateu o recorde de mortes, Bolsonaro promoveu mais aglomerações inúteis, blasfemou contra o uso de máscara, ironizou o distanciamento social, que por causa dele praticamente não existe mais, normalizou a superlotação de hospitais e banalizou as mortes.
Ele não quer que você tome a vacina, mas a mãe dele tomou.
Seu discurso em favor da economia é uma estupidez. Estudos recentes comprovam que o combate rigoroso à pandemia melhora a economia.
Deter o vírus ou fazer a economia andar é um falso dilema. Os países que tiveram maior sucesso nas medidas de contenção da pandemia alcançaram também os melhores resultados na produção industrial. Veja no quadro:
O economista Branko Milanovic, um dos maiores especialistas do mundo em desigualdade de renda, observa que os países que foram capazes de seguir o distanciamento social nos ciclos de piora da pandemia e combinaram com ampla testagem e mapeamento dos contatos dos infectados são os que mais preservaram vidas.
Embora esse conjunto tenha custo elevado, não condenou as economias ao colapso e até resultou em desempenho relativo melhor do que em países como o Brasil, completa Milanovic, na Folha.
Por causa do nazismo, é bom lembrar, morreram até 85 milhões de pessoas, sendo 7 milhões de civis russos, quase 4 milhões de prisioneiros em campos de concentração e de extermínio, 800 mil em guetos e 15 milhões pela fome causada pela guerra.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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