//POLÍTICA// Tribuna livre pode tornar sessões da Câmara Municipal mais atrativas



A instituição de uma tribuna livre para que os serranos se expressem em sessões da Câmara Municipal sobre vários assuntos relacionados à cidade pode ser o instrumento mais eficiente para estimular a participação da população nas decisões do Poder Legislativo local.

A criação da tribuna foi uma das alternativas para estimular a participação presencial dos serranos na Câmara,  apresentadas pelos participantes do Serra Negra na Roda desta quinta-feira, 11 de fevereiro.

Transmitido pela página do Facebook da Casa da Cultura e Cidadania Dalmo de Abreu Dallari (aqui), o programa contou com a participação da vereadora Anna Beatriz Scachetti (PSD), do ex-vereador e candidato a vice-prefeito Leandro Pinheiro (PV), o Pinheirinho, e do professor de história Felipe Pereira.

A Câmara Municipal e a participação mais ativa e presencial dos cidadãos serranos nas sessões foram o tema do programa. Para instituir a tribuna livre nas sessões semanais da Câmara, Pinheirinho observou que é preciso reformular o regimento interno, o que exige disposição da mesa diretora e aprovação da maioria absoluta dos vereadores.

“Já houve uma tentativa de reformulação do regimento interno, que está ultrapassado, mas não conseguimos”, informou Pinheirinho. Ele lembrou que cidades vizinhas, como Amparo, dispõem de uma tribuna livre para que a população se manifeste.

Além de ter de ser aprovada pela maioria absoluta, a alteração do regimento tem de ser proposta por meio de um projeto de autoria da mesa diretora. “Mas há uma resistência para o novo. Eu publicava as fotos da votação de projetos no Facebook e era acusado de tentar jogar a população contra os vereadores”, relatou Pinheirinho.

A ideia da criação de uma tribuna livre foi bem recebida pela vereadora Anna Beatriz. “Acho fantástica a ideia da tribuna livre. É uma ótima oportunidade para a democracia”, afirmou. A vereadora disse que tem se dedicado a analisar os fatores que afastam a participação dos munícipes nas sessões da Câmara Municipal.

“Pode ser a linguagem, que dificulta o entendimento, a burocracia na formulação das indicações e requerimentos, além de que precisamos pensar nos objetivos do regimento interno e se ele está atendendo às suas finalidades”, avaliou a vereadora.

Para o professor de história Felipe Pereira um dos fatores do afastamento da população do Poder Legislativo é o abandono dos eleitores e do cidadão pelos próprios vereadores depois das campanhas eleitorais. O professor avalia que os temas discutidos na Câmara são em geral de maior interesse dos próprios edis do que dos cidadãos.

“O problema cultural e social do país quando começa a legislatura é o abandono do diálogo com a população. Os trabalhos são maçantes com pouca adesão porque os vereadores discutem assuntos interligados a eles próprios que consideram de interesse do município”, afirmou.

Os  vereadores deveriam buscar, na sua opinião, as lideranças nas comunidades e nos bairros da cidade para participar das sessões. A instituição de uma tribuna livre, ele avalia, contribuiria também para a aproximar a população do Legislativo.

Assista abaixo ao programa Serra Negra da Roda sobre a Câmara Municipal:



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