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Fernando Pesciotta
A demora no programa de vacinação contra o covid-19 atinge em cheio a economia, além de, obviamente, causar a morte de brasileiros. O alerta, que fora feito pela FGV, agora é renovado pelo Banco Itaú.
A lentidão, provocada principalmente pelo governo de Jair Bolsonaro, custa a renda e o emprego dos brasileiros, além das quase 230 mil mortes contabilizadas até agora.
O novo presidente do Itaú, Milton Maluhy Filho, disse que um atraso de seis meses na vacinação pode reduzir pela metade a alta do PIB neste ano. O Itaú projeta crescimento de 4%, mas pelo andar da carruagem não deve passar de 2%, conforme a análise da equipe econômica do banco.
Assim como muitas outras vozes, de cientistas, médicos e até economistas, Maluhy considera que o plano de vacinação deve ser prioridade e tratado também como uma política econômica.
O brasileiro está pagando com renda, emprego e a vida o descaso do governo genocida e irresponsável de Bolsonaro.
O empresariado, que apoiou Bolsonaro desde o começo, mesmo sabendo de todos os riscos que alguém como Bolsonaro pode trazer, preferiu apostar na agenda econômica de Paulo Guedes, que até agora não foi entregue. Bem feito.
A classe médica também merece estar sofrendo o que tem sofrido com a pandemia. Apoiou Bolsonaro, condenou a busca por soluções de saúde pública em governos passados e agora come o pão que o diabo amassou.
Segundo pesquisa da Associação Médica Brasileira, 78,5% dos médicos de todo o País condenam o comportamento do Ministério da Saúde e do titular da pasta, general Eduardo Pazuello.
Por falar nisso, por onde anda o general, completamente desaparecido enquanto o Brasil mantém-se pelo 13º dia consecutivo com média móvel de mais de mil mortos por covid-19?
Em abril, mostrava pesquisa da Associação Paulista de Medicina, o Ministério da Saúde liderado por Luiz Henrique Mandetta tinha aprovação de 72% dos pesquisados.
Enquanto o primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anuncia a compra de vacinas para o triplo da população do país, aqui não se sabe nem quando nem como se vacinar.
Ainda não há um plano nacional de vacinação, o governo federal reforça a cada dia seu pouco caso com a pandemia, as mortes se acumulam, a economia não deslancha, Bolsonaro continua com suas sandices e o ministro da Saúde desaparece. Parabéns aos envolvidos.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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