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Fernando Pesciotta
Para o bolsonarismo, o Brasil tem colecionado ótimas notícias.
Esta quinta-feira (25) foi o dia mais letal da pandemia de coronavírus. Graças ao desleixo recomendado pelo capitão cloroquina, o País teve o recorde de mortes: 1.582.
Até então, o maior número de óbitos (1.554) ocorrera em 29 de julho, no que imaginávamos, inocentes que somos, ser o auge da pandemia.
Agora temos o segundo maior total de mortos: 251.661. Perdemos apenas para os EUA. Yes!
Os últimos dias respondem por outro motivo de orgulho: o isolamento na casa dos 32% é o menor em um ano.
Com os números já divulgados, Jair Bolsonaro questionou o uso de máscaras e o isolamento social (?).
Citou um suposto estudo na Alemanha, sem dizer qual, para dizer que as máscaras são "prejudiciais" às crianças. Evitou detalhes porque "tudo deságua em crítica sobre mim", mas afirmou ter sua própria "opinião".
O resultado dessa política genocida é que os hospitais e UTIs estão lotados em todo o País.
As UTIs dos hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês, em São Paulo, voltados para pessoas de maior poder aquisitivo, estão com 95% de ocupação.
Com hospitais lotados, Curitiba tem filas de espera em ambulâncias e tendas. Em Santa Catarina, o governo admitiu que enfrenta um colapso em todo o Estado e pede aos prefeitos medidas restritivas. O Rio Grande do Sul está perto do colapso.
O SUS vive o pior momento da pandemia, com hospitais lotados em 17 capitais, segundo a Fiocruz.
O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, tonto e incompetente, cogita fazer transferências, mas os secretários estaduais alegam que “todos estão no limite” e descartam receber doentes de outros Estados.
Secretários estaduais alertam: a situação catastrófica ficará ainda pior em março.
Não é à toa que o capital externo vai embora. No início da semana, investidores estrangeiros tiraram R$ 9,2 bilhões da Bolsa. Alegam que não dá para confiar no governo Bolsonaro, estão apavorados com o avanço da pandemia, na contramão do mundo, e não enxergam perspectivas para a retomada da atividade econômica.
Também não é à toa que a arrecadação federal começou o ano em queda. A covid tira o fôlego das pessoas e da atividade econômica, enquanto Bolsonaro insiste em fazer de conta que ela não existe. Como diz o velho ditado, errar é humano, insistir no erro é burrice.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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