//PANDEMIA// Região regride à fase vermelha de noite e nos fins de semana


 

O governo do Estado impôs nesta sexta-feira, 22 de janeiro, novas restrições para conter o aumento de casos, internações e mortes em decorrência do covid-19. A partir de segunda-feira (25), as regiões de Barretos, Bauru, Franca, Marília, Presidente Prudente, Sorocaba e Taubaté estarão na fase vermelha do Plano São Paulo, com fechamento de comércios e serviços não essenciais. As demais, incluindo Campinas, da qual Serra Negra faz parte, ficarão na etapa laranja, mas com restrições da vermelha em dias úteis, depois das 20 horas, e integralmente nos fins de semana e feriados.

As medidas vão vigorar até o dia 7 de fevereiro. Até lá, nenhuma região poderá avançar às fases amarela e verde, as mais flexíveis em relação ao atendimento presencial. 

A Prefeitura de Serra Negra informou que vai seguir as determinações do Plano São Paulo. As novas restrições não são válidas para dos dias 23 e 24 de janeiro. Assim, neste fim de semana, o município continuará na fase amarela. Os restaurantes, pizzarias e lanchonetes poderão funcionar até as 22 horas, com as pessoas atendidas sentadas, sendo a venda de bebidas alcoólicas permitida somente até as 20 horas. Os bares poderão funcionar somente até as 20 horas.

Além do setor gastronômico, todos os estabelecimentos comerciais deverão trabalhar no máximo com 40% da capacidade de atendimento, também até as 22 horas.

As medidas foram recomendadas por cientistas e médicos do Centro de Contingência do coronavírus. O grupo de especialistas orienta e aconselha as autoridades estaduais com base em índices epidemiológicos e hospitalares desde a confirmação do primeiro caso no Brasil, há quase 11 meses.

O governo do Estado e o comitê de saúde voltaram a pedir a colaboração de toda a sociedade para reforçar o distanciamento social e evitar aglomerações ou reuniões sociais,  além de uso obrigatório de máscaras em locais de acesso público e higiene frequente das mãos. O novo mapa mostra 78% da população de São Paulo na fase laranja e 22% na etapa vermelha.

A fase mais rígida só permite o funcionamento normal em setores essenciais, como farmácias, mercados, padarias, lojas de conveniência, bancas de jornal, postos de combustíveis, lavanderias e hotelaria. Demais comércios e serviços não essenciais só podem atender em esquema de retirada na porta, drive-thru e entregas por telefone ou aplicativos.

Já na etapa laranja, academias, salões de beleza, restaurantes, cinemas, teatros, shoppings, concessionárias, escritórios e parques estaduais podem funcionar por até oito horas diárias, com atendimento presencial limitado a 40% da capacidade e encerramento às 20 horas. O consumo local em bares está totalmente proibido.

A venda de bebidas alcoólicas no comércio varejista só pode ocorrer entre 6 e 20 horas. Somente a partir da fase verde, a mais branda, é que a venda poderá voltar a ser feita sem as restrições atuais.

As regiões na fase laranja a partir do dia 25 são Grande São Paulo e as de Araçatuba, Araraquara, Baixada Santista, Campinas, Piracicaba, Registro, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista e São José do Rio Preto.

Dados da pandemia

Com os dados epidemiológicos semanais divulgados nesta sexta, a média estadual passou de 287,9 para 348,6 novos casos a cada 100 mil habitantes. A taxa de novas internações subiu de 49,3 para 54,1 para cada 100 mil habitantes, e as mortes foram de 5,8 para 7,1 a cada 100 mil habitantes. A aceleração no contágio preocupa o Centro de Contingência, que reforçou o alerta aos 46 milhões de habitantes de São Paulo.

“O cenário para os próximos dias não é tranquilizador, muito pelo contrário, é sombrio. Nós temos risco em São Paulo, se não tomarmos as medidas necessárias, de em pouco tempo termos dificuldade de oferecer leitos de UTI para pessoas que necessitem de tratamento”, disse João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência. “São Paulo apresenta um óbito a cada seis minutos. O tempo que demorarmos para tomar as medidas necessárias vai significar óbitos nesta velocidade.”

A pressão sobre o sistema hospitalar é preocupante. A média de ocupação de leitos de UTI por pacientes graves de covid-19 passou de 67,5% para 71,1%, com 18,9 vagas exclusivas para coronavírus a cada 100 mil habitantes. Assim, o governo do Estado endureceu o parâmetro de ocupação UTI para covid-19 de 80% para 75% para a fase vermelha e também cancelou a realização de cirurgias eletivas.

Sem as medidas mais restritivas e com o atual ritmo de internações em UTI, em 28 dias o sistema de atendimento hospitalar para pacientes graves com covid-19 poderia se esgotar. Nesta sexta-feira, a Secretaria de Estado da Saúde anunciou a ampliação de 756 leitos para pacientes infectados pelo coronavírus em todo o Estado, sendo 450 de enfermaria e 306 de UTI.

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