//ANÁLISE// Sem resposta, Bolsonaro agride

                                                                                                              


Fernando Pesciotta


Jair Bolsonaro recorreu a ofensas e palavrões para responder às suspeitas na compra de leite condensado e outros produtos “alimentícios” pelo governo.

Em pleno ano de pandemia, em 2020 o governo ampliou essas despesas em 20%, para incríveis R$ 1,8 bilhão.

Diante de uma plateia de fundamentalistas numa churrascaria de reputação duvidosa - todo mundo sem máscara -, Bolsonaro fez xingamentos à imprensa. Ao seu lado, os ministros Ernesto Araújo e Gilson Machado o aplaudiram, riram e gritavam como macacas de auditório.

O vídeo do discurso correu as redes sociais.

“Quando eu vejo a imprensa me atacar, dizendo que eu comprei 2,5 milhões de latas de leite condensado. Vai pra pqp”, disse. “É pra enfiar no rabo de vocês aí da imprensa de merda”, completou.

Além dos ministros, os cantores Amado Batista e Rick também aplaudiram.

Segundo o Ministério da Defesa, a compra de leite condensado é para dar energia a militares e o chiclete serve para higiene bucal da tropa. Milhões de gastos são justificados assim.

Enquanto desrespeita a sociedade e age como legítimo miliciano, Bolsonaro prepara novo ataque ao trabalhador. O Ministério da Economia deve propor novo  programa de corte de salários para agradar os grandes empresários.

O dinheiro para essa brincadeira deverá sair do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Parabéns a todos os eleitores de Bolsonaro.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com                                                                      

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