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Fernando Pesciotta
De volta a Brasília depois de uma semana organizando aglomerações no litoral paulista, Jair Bolsonaro fez declarações que causaram repercussão na imprensa e nas redes sociais e atraíram críticas generalizadas.
“O Brasil está quebrado, e eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do Imposto de Renda, teve esse vírus, potencializado por essa mídia que nós temos. Essa mídia sem caráter. É um trabalho incessante de tentar desgastar para tirar a gente daqui e atender interesses escusos da mídia”, afirmou.
As hashtags BolsonaroPedePraSair e RenunciaBolsonaro tomaram conta do Twitter. Ele seria mais honesto se dissesse que não sabe fazer nada, que nunca esteve preparado para fazer nada.
Por sinal, é o que deve ter passado por sua cabeça quando chamou o brasileiro de inútil. Disse que parte dos brasileiros não está preparada para fazer “quase nada”, numa tentativa de justificar o alto desemprego. Tomou-se como referência, assim como seus filhos.
Bolsonaro também criticou o alto número de ações trabalhistas e reafirmou que ser patrão no Brasil "é uma desgraça". Bom deve ser desempregado.
Mas nem quando tenta ser sincero Bolsonaro consegue sucesso. Afinal, ele tem feito muito, especialmente para blindar sua família dos crimes. Sua inutilidade seria bem-vinda, mas tem promovido a morte pandêmica, tem lutado contra a vacina e tem levado o Brasil à miséria.
O número de famílias em extrema pobreza no Cadastro Único para programas sociais do governo superou os 14 milhões. Essas pessoas estão incluídas num grupo mais amplo, de miséria, que soma 39,9 milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Cidadania.
Conforme noticia o UOL, trata-se do maior número desde o final de 2014. São consideradas famílias de baixa renda aquelas que ganham mensalmente até R$ 89 por pessoa.
A situação de pobreza, com 2,8 milhões de famílias, significa renda per capita de R$ 90 a R$ 178.
O que Bolsonaro busca é um discurso político direcionado aos mais de 40 milhões de brasileiros que deixaram neste mês de receber o auxílio emergencial.
Economistas, porém, negam que o Brasil esteja quebrado. Lembram que o País não perdeu sua capacidade de pagamento e que faltam prioridades ao governo na gestão de recursos. O próprio ministro Paulo Guedes saiu do casulo para contornar a situação, dizendo que Bolsonaro se referia ao setor público.
Para Armando Castelar, coordenador do Ibre/FGV, “felizmente, o Brasil não está quebrado. O presidente disse que está sem recursos para aumentar a isenção do Imposto de Renda, mas vimos o dinheiro indo a para estatal da Marinha e para outras coisas. O dinheiro não dá para chegar no lugar da fila de prioridades na qual o presidente colocou a isenção do IR. Outras prioridades foram escolhidas”.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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