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Fernando Pesciotta
O Brasil tem um ritmo de disseminação do coronavírus que não era visto desde agosto e setembro. Em 24 horas, foram 964 mortes, o maior número desde setembro e que não conta com dados de São Paulo.
Ainda assim, o ex-capitão insiste em desprezar o sofrimento de tantas famílias. Para Jair Bolsonaro, o Brasil vive uma "situação de quase normalidade", como disse ontem no lançamento oficial do “plano” de vacinação, que de planejamento não tem quase nada.
Lunático, ele disse que essa situação “tranquilizadora” se deve ao “trabalho” dos ministros, que foram uns “iluminados” para tratar a pandemia e conseguiram dar “esperança” à população.
O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, por sua vez, não foi explícito, mas insinuou que concorda com Bolsonaro. Perdido no cargo, ele criticou o que considera ser um excesso de “angústia” e “ansiedade” da população pela vacina.
E enquanto o STF avalia a imposição do imunizante, o general disse que quem tomar a vacina emergencial terá de assinar um termo de consentimento. Um atraso atrás do outro.
O “plano” que o general apresentou nesta quarta-feira, 16 de dezembro, significa nova mudança em relação ao que ele disse há poucos dias, o que só confirma o bate-cabeça no governo. Agora a previsão é de início da vacinação em fevereiro. É a quarta data diferente apontada pelo ministro em uma semana.
A cena que melhor ilustra o que o País está vivendo foi protagonizada pelo personagem Zé Gotinha. Ele foi levado à cerimônia de lançamento do “plano” de vacinação no Palácio do Planalto numa tentativa de transmitir a imagem de foco na vacina. O tiro saiu pela culatra.
De máscara, Zé Gotinha se recusou a apertar a mão de Bolsonaro, que estava sem máscara para mostrar que não está nem aí para a seriedade que a situação exige. A cena virou assunto nas redes sociais.
Desastre
O general Pazuello tem sido alvo de duras críticas. Ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que o ministro “é um desastre para o País e para o governo, além de comprometer a imagem do Exército com sua incompetência”.
O deputado afirmou que Pazuello vai muito mal e se perdeu na gestão do Ministério.
Maia disse, ainda, que vai completar seu mandato e sair da vida pública. Indagado se não será candidato a presidente, respondeu: “Não, não quero levar uma facada”.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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