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Fernando Pesciotta
Há algum consenso entre analistas de que o ambiente econômico será determinante ou no mínimo relevante para definir a eleição presidencial de 2022.
Nesse sentido, as sensibilidades para Jair Bolsonaro são muitas, o que abre boas perspectivas para a oposição. Daí a euforia do mercado financeiro e da mídia com o resultado da eleição municipal que revelou um eleitor mais propenso ao centro.
Além do resultado eleitoral ruim e a completa falta de um projeto para o País, Bolsonaro terá um 2021 desafiador porque será um pesadelo para o consumidor. Vários preços com peso importante no orçamento doméstico devem pressionar a inflação e tornar a vida cotidiana mais difícil.
Os remédios, por exemplo, tiveram seus preços represados por causa da pandemia. A indústria do setor já reclama de defasagem e reajustes são esperados para o início do ano.
O mesmo ocorre com os planos de saúde, que ficaram impedidos de adotar aumentos da mensalidade em 2020 e devem operar esses aumentos já a partir de janeiro. Saúde, portanto, será item importante a pressionar a inflação.
Demônios pós eleição
Logo após o segundo turno da eleição municipal, o governo liberou o aumento da tarifa de energia elétrica. O sistema tem uma lógica que só beneficia o consumidor se a demanda for grande e a oferta também. Se uma dessas duas pontas enfraquecer, a conta de luz fica mais cara.
Ao longo de 2020, o consumo caiu e a geração ficou mais cara por causa do baixo volume de água nos reservatórios, mas novamente a pandemia entrou em campo para segurar o reajuste.
Passada a eleição, os demônios foram soltos e o compromisso de segurar a tarifa até o final do ano foi para as calendas. A menos que o consumo tenha forte expansão em 2021, as tarifas continuarão elevadas.
A gasolina está em alta e os alimentos continuam com tendência de aumento. O desabastecimento do arroz, por exemplo, tem uma solução cada vez mais distante. Antes da eleição, o Ministério da Agricultura jurava que a oferta iria crescer em janeiro, mas agora já não garante nada.
Por falta de insumos, a indústria brasileira vive uma situação crítica em vários setores. Faltam latas para bebidas, papel para embalagens em geral e a partir de janeiro é possível que a demanda por vidro para as ampolas da vacina contra o coronavírus tire o produto do mercado.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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