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Fernando Pesciotta
O ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro nem disfarça. Ele será diretor-geral de investigações da filial brasileira da Alvarez & Marsal, com sede nos EUA. Moro ficará no setor de Disputas, Investigações e Compliance.
Trata-se do escritório que atua como administradora judicial da Odebrecht.
O ex-juiz trabalhará com investigação de crimes corporativos, apuração de irregularidades tributárias, elaboração de contratos de concessão e resolução de conflitos societários de empresas privadas.
Ao longo de toda a Lava Jato, diversos juristas denunciaram a atuação pra lá de suspeita de Moro. Uma das desconfianças é de que ele pegou leve com a Odebrecht a partir de um acordo no qual a empreiteira entregava Lula e o PT.
Quando Moro aceitou ser ministro do maior beneficiado por sua perseguição a Lula, as desconfianças tornaram-se fatos.
Candidato da elite econômica e, consequentemente, da imprensa brasileira para a disputa presidencial de 2022, Moro confessa que trabalha para a Odebrecht, agora com remuneração explícita.
Confirmada a derrota da não política
O segundo turno da eleição municipal confirmou a tendência do eleitorado de votar em políticos tradicionais e de centro. Apenas um candidato apoiado por Jair Bolsonaro saiu-se bem. Sua pregação pela “nova política” foi por água abaixo.
O desempenho de Marcelo Crivella no Rio de Janeiro ilustra como se deram mal os apoiados por Bolsonaro. Crivella teve a menor votação em segundo turno de toda a história eleitoral da cidade.
Como de costume, logo após votar em Crivella, Bolsonaro insistiu na estratégia de mentir para desviar o foco de sua derrota. Sem provas, disse que a eleição presidencial dos EUA foi fraudada.
Cinco partidos considerados de centro-direita conquistaram o maior número de grandes prefeituras: DEM, PSD, Podemos, MDB e PSDB, apesar de os tucanos terem agora menos prefeituras e menor população governada.
Alguns analistas consideram que o eleitor optou pelo “velho centro” e a “nova esquerda”.
Individualmente, o governador João Doria e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, são vistos como vencedores, pelo desempenho de seus partidos principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro.
Na Capital, chama atenção o fato de Doria ter sido escondido ao longo de toda a campanha do tucano Bruno Covas. Logo após a oficialização do resultado, porém, Doria tomou o lugar de Covas e capitalizou o quanto pôde.
O suspeito Ricardo Nunes, vice de Bruno, foi uma imposição do MDB a Doria, que para tentar chegar à Presidência da República faz uma amarração com o partido e com o DEM de seu vice, Rodrigo Garcia.
Ausência
A abstenção em todo o País neste domingo, de 29,5%, é recorde – havia sido de 23,1% no primeiro turno, que já era a mais alta da história.
Em São Paulo, considerando abstenções, votos brancos e nulos, 44,9% do eleitorado não votou em ninguém, e no Rio de Janeiro, 54,3%.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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