//POLÍTICA// Serra Negra tem candidaturas coletivas pela primeira vez

Érica:  “A democracia deve ser construída de forma coletiva"


Serra Negra terá pela primeira vez candidaturas coletivas disputando as eleições para a Câmara Municipal. As duas candidaturas em grupo são do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

Uma delas é a “Coletiva Somos Sementes”, integrada por Érica Pilom Campos, que terá o seu nome na urna, Danilo Cardenas e Marcos Mielli, o Prancha.

A outra é “Juntas por Serra Negra”, representada na urna por Gabriela Zelante Lambert, e que conta também com Barbara Souza e Rô Maia.

Como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não reconhece ainda esse formato de candidatura, legalmente não existe mandato coletivo. Apenas um dos integrantes terá a foto e o nome na urna e, se eleito, poderá votar nas sessões da Câmara e participar dos atos parlamentares.

Para o PSOL, essa é a maneira mais participativa e democrática de legislatura. “Optamos por um mandato coletivo por acreditar ser um modelo inovador, que rompe com o padrão atual personalista e messiânico de se fazer política”, afirmou a presidenta do PSOL de Serra Negra, Érica Pilom Campos.

Erica avalia também que a candidatura coletiva reduz a distância entre os representantes e os representados. “A democracia deve ser construída de forma coletiva, quebrando os padrões atuais, pelos quais não nos sentimos representados”, afirmou. Ela acredita que um mandato coletivo amplia as vozes para as causas populares.

Aqui em Serra Negra, ela informa, se eleitas, as candidaturas coletivas vão ter na sessão da Câmara a presença do representante legalmente eleito para votar e também dos demais integrantes, que vão acompanhar do plenário assiduamente as discussões e contribuir com ideias, sugestões e fiscalização do Executivo.

Há candidaturas coletivas no país de partidos de diversas orientações ideológicas. Além do PSOL, PT e PCdoB, MDB, DEM, PDT, Rede Sustentabilidade e PSB concorrem ao Legislativo nesse formato.

Essa não é uma novidade eleitoral deste pleito de 2020. Em 2012 apareceram as primeiras candidaturas com mandato coletivo.

A Rede de Ação Política pela Sustentabilidade estima que já concorreram no país 98 candidaturas coletivas, incluindo nas eleições passadas para as Assembleias Legislativas.

Tramita na Câmara dos Deputados Proposta de Emenda à Constituição (PEC 379/2017), de autoria de Renata Abreu (Pode-SP), que insere parágrafo à Constituição para possibilitar o mandato coletivo no âmbito do Poder Legislativo. A PEC está na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

Para a presidenta do PSOL o fato de esse modelo ser apresentado pela primeira vez em Serra Negra e ainda pouco conhecido pelos eleitores não deve prejudicar a votação. “Ao contrário, percebemos que a população não se sente mais representada pela forma tradicional de fazer política”, afirma.

Na sua avaliação o eleitor deseja uma forma mais eficiente e democrática. “O campo progressista em Serra Negra está crescendo, e com ele a busca de ideias inovadores, participativas e conjuntas”, afirmou.

Érica também descartou a ideia de que duas candidaturas coletivas oferecem menos chances ao partido de conquistar uma vaga na Câmara do que se apostasse por um número maior de candidaturas individuais.

“Percebemos que nossa nova forma de fazer política gerou algumas dúvidas e questionamentos sobre nossa opção pela candidatura coletiva, mas desde o nascimento do PSOL em Serra Negra nosso foco sempre foi pela luta coletiva e a participação popular. Mas acreditamos piamente na ruptura da velha política e na desconstrução para construir algo novo”, concluiu.

Comentários

  1. Para quem não queria uma candidatura coletiva e foi “forçada” a aderir como coletiva que é agora “finge” em apoiar, já mostra como a hipocrisia política nasce em meio a interesses pessoais. Isso sem mencionar que a matéria em questão é extremamente individual. Quanto amadorismo.

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