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Fernando Pesciotta
A Secretaria-Geral da Presidência divulgou nota nesta quarta-feira, 28 de outubro, tentando justificar o decreto sobre parcerias para o setor privado na saúde. A nota alegava que a medida era apenas para a realização de estudos.
Era a primeira reação do governo à avalanche de críticas de parlamentares, inclusive da base governista, ex-ministros e especialistas. Para todos eles, o objetivo do decreto era preparar a privatização de todo o sistema de saúde público do País, o SUS.
Tanto assim que a medida era assinada por Jair Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. O envolvimento era da secretaria do Ministério da Economia especializada em privatizações. Não é mencionada nenhuma participação do Ministério da Saúde.
A nota do Planalto não teve nenhum efeito. Então, o Ministério da Economia entrou em campo, para revelar que a inclusão das unidades básicas de saúde no decreto era um pedido do Ministério da Saúde.
Só piorou as coisas e demonstrou total desconhecimento do assunto. As unidades de atenção básica são de competência municipal. Assim, o governo federal não tem a menor condição de implementar eventual conclusão dos estudos.
No final da tarde, Bolsonaro anunciou que voltou atrás e revogou o decreto.
Para analistas políticos, todo esse episódio serve para ilustrar a desorganização do governo Bolsonaro, com bate-cabeça entre ministérios e assessores. Bolsonaro não sabe para onde ir.
A revogação do decreto só ocorreu após o fechamento das operações do mercado financeiro, que derreteu. A Bolsa perdeu tudo que havia recuperado ao longo do mês, o dólar disparou para a maior cotação em meses.
A justificativa dos investidores é o temor de novo impacto econômico do lockdown anunciado ontem na Alemanha e França, com avanço da segunda onda da covid-19 em todo o mundo.
O mercado financeiro se ressente também de incertezas internas. A votação do Orçamento 2021 não deve ocorrer este ano e o equilíbrio fiscal parece cada vez mais distante. Com o fim do auxílio emergencial a partir de janeiro, o que será do mercado consumidor?
Prezinho
O ministro Ricardo Salles levou quatro dias para responder ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que no sábado dissera que ele, “não satisfeito em destruir o meio ambiente, resolveu destruir o próprio governo”.
Salles chamou Maia de “Nhonho”, numa referência a personagem do humorístico Chaves.
O xingamento de Nhonho é frequente em ataques de perfis bolsonaristas a Maia. Carlos Bolsonaro o usa recorrentemente. Então, fica claro do que se trata.
Na semana passada, Salles chamou o ministro da Secretaria de Governo, o general Luiz Eduardo Ramos, de "maria fofoca".
Quem pode levar um governo desse a sério?
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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