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Alô, alô

A população serrana - do morador das regiões mais distantes ao comércio das áreas centrais da cidade, que tem nos serviços de comunicação uma de suas principais ferramentas de trabalho – está cansada de enviar reclamações às empresas de telefonia que atuam na cidade. As empresas não dão bola às queixas. Os serviços continuam tão ruins que viraram tema recorrente também entre os políticos. Embora a Vivo seja o principal alvo das críticas, a Telefônica tem sido cobrada pela demora nos serviços de reparação. O presidente da Câmara, Wagner Del Buono (DEM), o Waguinho, ameaça as companhias com uma moção. “Estou cansado de brigar com a Vivo. Você tem de ligar milhões de vezes para concluir um assunto. Além disso tem lugar na cidade que nem funciona”, reclamou.


Reabertura da Câmara

Se as praias e bares estão lotados, por que a Câmara Municipal não pode reabrir para a população? Os vereadores concordam que é importante manter a casa aberta durante a campanha eleitoral. A partir desta segunda-feira, 14 de setembro, é possível que os munícipes já possam assistir à sessão. A presidência da Casa estaria preparando os protocolos de segurança necessários para reabertura. O que os vereadores não sabem é que já há grupos de eleitores se preparando para recebe-los com protestos contra o projeto de lei que amplia o perímetro urbano da cidade e cobrando do Legislativo a renovação do Plano Diretor.


Devagar, devagarinho

A revisão do Plano Diretor anda devagar, quase parando. Esse será mais um tema que a próxima administração vai herdar. O processo para executar a revisão está, desde 30 de abril, em fase inicial de contratação de uma empresa especializada em elaboração de planos diretores e em leis de zoneamento, uso, ocupação e parcelamento de solo. O processo consta na seção de licitações, dentro da modalidade “tomada de preços”, no site oficial da Prefeitura. Os prazos para a execução da revisão e os valores do investimento da prefeitura só serão conhecidos após o término do processo de licitação.




Contagem regressiva

As eleições municipais já interferem no trabalho do Legislativo. Nas vésperas das convenções dos partidos políticos, os vereadores praticamente dispensaram o uso da tribuna para impressionar os eleitores. Parecem mais preocupados com as negociações de bastidores, essenciais para definir o desempenho de cada um nas urnas em 15 de novembro.


Negociações finais

O vereador Ricardo Fioravanti (PDT), embora oficialmente não tenha se apresentado como pré-candidato, terá, sim, seu nome nas urnas. Neste fim de semana definirá se sairá como candidato à reeleição nas eleições proporcionais ou como candidato a vice-prefeito em algumas das chapas concorrentes nas eleições majoritárias. O vereador estaria apostando em mudanças de última hora na composição de chapas com os nomes supostamente definidos, como a da dupla Kiko Gianotti e Marcos Bueno, da coligação PV/Republicanos/Avante. Se não conseguir fechar acordo para disputar as eleições majoritárias, o vereador vai tentar a reeleição, nem que seja com apoio à chapa da situação, segundo adversários políticos.




De onde vem o dinheiro?

Os vereadores da oposição tendiam a rejeitar ou pelo menos pedir vista do projeto, aprovado por unanimidade, que autoriza a prefeitura a suspender o pagamento da Serprev este ano. A sessão da Câmara foi interrompida por cerca de 10 minutos para que vereadores da situação e oposição discutissem o assunto nos bastidores. A única informação que os vereadores da oposição teriam recebido como argumento para a aprovação do projeto foi a de que, mesmo sem o pagamento da prefeitura, a Serprev teria recursos em caixa para cobrir as despesas com os seguros de saúde e previdenciário dos beneficiários até 2021. Mas os vereadores da oposição queriam saber quanto a prefeitura vai deixar de repassar para o Serprev. Eles calculam um montante de cerca de R$ 1 milhão. O pagamento terá de ser efetuado pela próxima administração que vai assumir provavelmente um Orçamento debilitado. 


Responsabilidade dividida

Além da provável queda da receita municipal devido à retração do Produto Interno Bruto (PIB) de no mínimo 5% em 2020, segundo previsões mais otimistas, as receitas municipais estarão comprometidas com a redução de repasses federais limitados pela Emenda Constitucional n.º 95, também conhecida como a Emenda Constitucional do Teto dos Gastos Públicos, que deverá afetar em especial investimentos em saúde e educação. “O projeto do Seprev é mal instruído, malfeito, mas não dava para comprometer o pagamento do funcionalismo público”, afirmou um vereador. A prefeitura poderia ter decidido a suspensão do pagamento do Serprev sem a aprovação da Câmara, mas preferiu dividir as responsabilidades com os vereadores, que poderiam virar os vilões da história caso os servidores municipais ficassem sem receber salário.


Ano difícil

A Secretaria de Planejamento deverá mandar o Orçamento de 2021 para a Câmara até o fim do mês. Técnicos da área dizem que vai ser um ano de muita dificuldade. Admitem que haverá um déficit nas contas, mas que não deve chegar aos R$ 20 milhões deste ano. Os valores ainda estão sendo apurados.


Embalagens

A indústria de embalagens plásticas está com dificuldades de atender aos pedidos dos clientes por falta de matéria-prima importada. A alta do dólar encareceu os custos do setor, que preferiu reduzir o ritmo de produção nas fábricas. Isso pode ter um efeito dominó, afetando pequenas indústrias alimentícias da região, incluindo Serra Negra, que já estão com suas encomendas de embalagens prejudicadas.




Hotel fantasma

Dá tristeza ver o imóvel do antigo Grande Hotel Serra Negra, retomado neste ano pela prefeitura, abandonado, o mato crescendo no estacionamento, os sinais de deterioração cada vez mais visíveis. Com localização privilegiada, o prédio deve valer muito. Mas valeria muito mais se fosse aproveitado em prol da população. Há quem queira que o seu destino seja o de abrigar uma escola de turismo e hotelaria. Se isso se concretizasse, seria um ganho extraordinário para a cidade, que passaria a ser um polo educacional de uma área carente de bons profissionais. Não custa sonhar. A realidade, porém, é outra: dificilmente o imóvel terá alguma utilização, pelo menos neste ano - e nesta administração.


Clube do Bolinha 1

É mínima a participação da mulher na política serrana. A única vereadora eleita no pleito passado é Rita Pinton (DEM), nomeada secretária de Educação e Cultura pelo prefeito Sidney Ferraresso (DEM), cargo que exerceu durante todo o seu mandato legislativo. Em toda a história desde 1979, quando se realizaram as primeiras eleições para a escolha de prefeito na cidade - antes, por ser uma estância hidromineral, os chefes do Executivo era nomeados pelo governador do Estado -, apenas três mulheres concorreram ao cargo - e nenhuma foi eleita.



Clube do Bolinha 2

A primeira mulher a disputar uma eleição municipal em Serra Negra foi Andreia Brambilla Cavenaghi, pelo PT, em 1996. Recebeu apenas 181 votos (1,3% dos votos válidos) e ficou em último lugar entre cinco candidatos. A eleição daquele ano foi vencida por Elmir Chedid (PFL), que recebeu 6.167 votos (44,3%). Elmir deve ser o candidato situacionista na eleição deste ano.


Clube do Bolinha 3

Na eleição de 2008, Carmen Gambeta Lona Cattini (PT) recebeu 835 votos (5,32% do total de votos válidos) na disputa à prefeitura, vencida por Antonio Luigi Ítalo Franchi, o Bimbo (DEM/PTdoB), que obteve 8.164 votos (52,06%). 


Clube do Bolinha 4

Odila Pinto Giachetto, mãe do vereador Renato Giachetto (DEM), foi a terceira mulher na história de Serra Negra a concorrer à prefeitura, no ano de 2004, pelo PFL, que encabeçava uma coligação com mais três partidos. Recebeu 6.526 votos (44,53%), mas foi derrotada por Paulo Scachetti (PPS mais 14 partidos), que obteve 8.130 votos (55,47%). Em 2012 ela foi vice da chapa encabeçada por Vitale, que perdeu para Antonio Luigi Ítalo Franchi, o Bimbo.


Diz que diz

Nos últimos dias o relatório diário da prefeitura sobre a pandemia registrou uma alta surpreendente nos casos de covid-19 na cidade. Isso vai de encontro à percepção de boa parte dos serranos, que já há algum tempo relatam, em redes sociais e grupos de WhatsApp, a existência de muitos casos em Serra Negra. Há um ditado que diz que em tempo de guerra a primeira vítima é a verdade. Por isso a necessidade de se introduzir nas batalhas contra esse inimigo insidioso a arma mais eficiente já inventada pelo ser humano para normalizar as relações sociais: a informação. Transparente e direta.


Quase de graça

A prefeitura cobra uma taxa de quem utiliza áreas de domínio público. Até aí, perfeitamente normal, pois o bem público não pode ser usado para benefício de particulares. É o caso, por exemplo, das mesas que os bares e restaurantes põem nas calçadas e ruas em volta da Praça João Zelante, o local mais frequentado pelos turistas que vêm à cidade. Há estabelecimentos ali que praticamente não têm área interna para acomodar a freguesia. Pois bem, a estimativa da prefeitura é arrecadar, neste ano, R$ 27,5 mil com essa taxa - R$ 2.291 mensais. E até agora, o que entrou nos cofres públicos foi pouco mais de R$ 8 mil. Na ponta do lápis, os donos de bares e restaurantes estão pagando, por dia, à prefeitura, o equivalente a uma latinha de cerveja para usar o espaço que é de todos nós.



Jeitinho

A divulgação de qualquer ação institucional do Poder Público na internet, rádio, televisão ou mídia escrita está proibida, segundo o Artigo 73 da Lei Eleitoral 9.504/97, mas o chefe do Executivo serrano e seu vice deram um jeitinho de continuar a mostrar o que têm feito pela cidade. O perfil Sidney Ferraresso/Rodrigo Magaldi, no Facebook, está à toda. Os dois não são candidatos à reeleição nestas eleições municipais, mas é claro que têm interesse em ver seu grupo político ser vitorioso. Portanto, é mais que hora de botar o bloco na rua.

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