//CIDADE// Pandemia eliminou 391 postos de trabalho na cidade



Serra Negra perdeu 391 postos de trabalho formais com a pandemia do novo coronavírus. O maior número de demissões ocorreu logo depois do fechamento do comércio, entre os meses de março e abril.

Os dados foram levantados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo (USP), contratada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para fazer um diagnóstico econômico do município.

A pesquisa revela que o impacto da pandemia na economia local foi amortecido pelo Auxílio Emergencial de R$ 600 concedido a 7.865 serranos, o equivalente a 28,7% da população da cidade.

A Fipe calcula que o Auxílio Emergencial despejou R$ 5,2 milhões na economia de Serra Negra. “É provável que isso tenha contribuído para o sustento de muita gente”, afirmou o técnico da Fipe Rodrigo Souza.

Os dados coletados por meio de entrevistas com moradores e os dados estatísticos foram apresentados durante reunião virtual promovida pelo Sebrae, quinta-feira, 18 de setembro, com empresários de Serra Negra para apresentar o panorama atual da situação econômica do município.

Além de empresários, participaram do encontro diversos candidatos às eleições de 15 de novembro. O estudo vai servir de base para o Programa de Desenvolvimento Local que será elaborado por técnicos do Sebrae e lideranças empresariais do município. 

O levantamento do Sebrae revelou que o nível de empreendedorismo no município é muito baixo. Questionário realizado pelos técnicos da Fipe revela que falta à cidade um ambiente empreendedor. 

Em um questionário com 99 questões sobre empreendedorismo no município, numa escala de 0 a 10, Serra Negra obteve nota 4,3.

Há muito o que melhorar no que diz respeito ao ambiente empreendedor, constataram os técnicos. Um dos pontos fracos da cidade, já abordado em diversas reportagens pelo Viva! Serra Negra, é a ausência de escolas técnicas no município para capacitar em especial adolescentes e jovens.

Faltam também, constatou a Fipe, ações inovadoras, além de eventos de negócios, embora a cidade tenha infraestrutura para realizá-los como o Centro de Convenções, centro de treinamento de tênis, estádio de futebol e ginásio de esprtes, entre outros.

Entre os pontos positivos destacados pelos técnicos está a paixão comum da população por Serra Negra. “Isso não se vê muito em outras cidades”, destacou Souza.

Outro ponto forte é a proximidade do município com grandes centros e pólos econômicos, como Campinas, São Paulo, Baixada Santista, além de cidades distantes que ficam a um dia de Serra Negra, como Belo Horizonte, Curitiba e Rio de Janeiro.

Os maiores desafios pela frente são elevar os investimentos para o turismo e para melhorar a condição de vida, como coleta de lixo reciclável, tratamento de resíduos e saneamento básico, capacitação de mão de obra e aprimoramento dos mecanismos de participação dos serranos no Conselho Municipal de Turismo (Comtur).

Essas informações vão servir de base para a terceira etapa do projeto de desenvolvimento da cidade que é a definição de uma agenda de ações. A expectativa dos técnicos é começar a elaborar essa agenda em duas semanas.

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