//ANÁLISE// Marchinha de maconheiro

                               


Fernando Pesciotta


Flávio Bolsonaro, o filho de Jair Messias mais enrolado com a rachadinha e a milícia do Rio de Janeiro, não compareceu à acareação com o empresário Paulo Marinho na sede do MPF, no Rio de Janeiro. A procuradoria apura, agora, se Flávio cometeu crime de desobediência.

"Com certeza alguém mentiu, né? E não fui eu", disse Marinho, ao ser questionado sobre o suposto vazamento da Operação Furna da Onça, em 2018. Ele disse ter ouvido Flávio falar que um delegado da PF teria vazado a informação.

O filho do presidente alegou compromisso inadiável em Manaus. Ainda no começo da tarde, Flávio apareceu em um vídeo ao lado de um folclórico apresentador de TV do Amazonas e de seu irmão Eduardo.

O apresentador é conhecido nas redes sociais por seu bolsonarismo, além de já ter sido acusado de envolvimento com o crime organizado do Estado.

Nas imagens que circulam pelas redes sociais, Flávio, Eduardo, o tal apresentador e outros capangas cantam, em tom de deboche, uma paródia direcionada a "maconheiros" e de conotação sexual.

Um escárnio digno de um moleque. Trata-se de mais uma demonstração de que a família Bolsonaro não dá a menor bola para a Justiça, que por sua vez não dá a mínima para os acintes dos milicianos.

Durante sua obscura carreira política, Jair Messias balbuciou várias vezes na Câmara que era contra o foro privilegiado. Ensinou o discurso para os três patetas. Flávio repetiu a ladainha nos últimos anos, mas agora, em 2020, recorreu à Justiça pedindo foro privilegiado. Morre de medo se ser preso, e nem assim deixa de zombar da Justiça.

Quem nasce aos seus não degenera.

Mais mortes

Após semanas com estabilidade, o Sudeste voltou a ter alta no número de mortes por Covid-19. Rio de Janeiro e São Paulo puxaram a aceleração.

A região teve 23% de variação na média móvel de mortes. Com 69%, o Rio de Janeiro entra em seu quarto dia consecutivo de alta. São Paulo não tinha aumento desde 10 de agosto.

Os que sobrevivem gastam mais dinheiro. O Brasil é um dos países onde as mudanças de hábito de consumo na pandemia mais pressionaram o custo de vida das famílias.

A conclusão é do economista argentino Alberto Cavallo, professor da escola de negócios da Universidade Harvard.

Entre 18 nações emergentes e desenvolvidas analisadas, o Brasil teve a maior disparidade entre o que ele batizou de "inflação da Covid" e o indicador oficial (IPCA), em maio.

-------------

Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

Comentários