//ANÁLISE// Brasil lidera em número de mortes dentro do G-20

                          


Fernando Pesciotta


A semana começou ratificando o que é viver sob Bolsonaro. Num único dia, várias notícias desalentadoras.

Na segunda-feira, 14 de setembro, o Brasil contabilizou 454 novas mortes por Covid-19 em 24 horas, elevando o total de vítimas para 132.117.

Com isso, o País passa a ter 613,46 mortes por milhão de habitantes, a maior incidência entre todos os países do G-20. Em número total de vítimas, só perde para os EUA do trapalhão Donaldo Trump e para a caótica Índia.

No mesmo dia, veio o prêmio por essa ótima gestão contra a pandemia. O presidente Jair Bolsonaro efetivou o general Eduardo Pazuello como ministro da Saúde.

Após dois meses no comando da Funarte, Luciano Querido, ex-assessor de Carlos Bolsonaro, foi exonerado. Será substituído por Lamartine Barbosa Holanda, coronel da reserva.

Holanda chega ao cargo por mérito. Afinal, é especializado em logística, fez cursos de manutenção de material bélico, transporte de cargas perigosas e comunicação neurolinguística.

Ele também foi presidente da prestigiosa Câmara de Comércio Brasil-Albânia. Não se trata, portanto, de uma boquinha, pois o coronel sabe tudo para estar à frente da Fundação Nacional de Artes. Ah, sim, ele fez um curso de roteirista.

Sigilo

O governo Bolsonaro omite há um ano os pagamentos feitos a militares da reserva e pensionistas, mesmo após o TCU determinar a divulgação dessas informações no Portal da Transparência, destaca o Estadão.

Assim, não é possível saber, por exemplo, quanto ganham filhas solteiras de militares e aposentados das Forças Armadas, o que inclui Bolsonaro e o vice-presidente, Hamilton Mourão.

Aposentadoria congelada

O desalento não para por aí. A área econômica do governo quer desvincular benefícios previdenciários, como aposentadorias e pensões, do reajuste do salário mínimo.

A estratégia visa obter R$ 10 bilhões para o governo bancar o Renda Brasil, programa com o qual pretende substituir o Bolsa Família. Ou seja, Bolsonaro quer tirar dos aposentados e deficientes dinheiro para garantir um programa social que ele passou a vida criticando.

Arroz e feijão pressionam inflação dos mais pobres

O preço do arroz não deve cair tão cedo, apesar da pressão do governo e da liberação da importação com taxa zerada. Isso porque os supermercados estão vendendo estoques antigos.

Quando o novo estoque chegar, os reajustes serão repassados pelo varejo. A explicação é de Omar Assaf, diretor da Associação Paulista de Supermercados.

De acordo com o Ipea, a inflação continuou castigando a população de mais baixa renda em agosto, reforçando um movimento observado desde março. No mês passado, por causa do preço do arroz e do feijão, a inflação das famílias com renda mensal de até R$ 900 foi de 0,38%, ante 0,10% para aquelas com renda de até R$ 9 mil.


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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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