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Daniela Biller: em Porto Feliz, pacientes com os primeiros sintomas recebem kit com a ivermectina |
A médica ginecologista Daniela Biller defendeu, em "live" realizada na sexta-feira, 3 de julho, a distribuição pelo município de Serra Negra de um kit para prevenção e tratamento precoce de covid-19 com a inclusão de ivermectina, fármaco indicado para o tratamento de diversos tipos de infestações por parasitas, como piolhos, sarna e oncocercose, entre outras.
Não há pesquisa randomizada, mas existem estudos observacionais com bons resultados sobre o uso de ivermectina no tratamento da doença provocada pelo novo coronavírus, informou a médica. Segundo ela, equipes médicas de diversos municípios do país, entre os quais Porto Feliz, no interior de São Paulo, e cidades do Nordeste brasileiro, do Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, tiveram êxito no tratamento com a droga.
“Espero que os gestores de Serra Negra estejam me ouvindo e estou à disposição para colaborar”, disse a médica na transmissão (clique aqui). O tratamento precoce do paciente nos primeiros cinco dias de sintomas pode impedir a evolução da doença, segundo ela. “Alguns municípios só administram azitromicina com dipirona e precisam de um kit mais robusto”, afirmou.
A ivermectina tem demostrado eficácia para impedir a replicação viral e para tornar o ambiente intercelular inapropriado para coronavírus, impedindo-o de se multiplicar. De forma preventiva e ministrada quando o paciente apresenta os primeiros sintomas, a droga evita a evolução da covid-19 para os tipos mais graves.
“A fase 1 é de replicação viral, a ivermectina traz um ambiente desagradável para o vírus, ele não consegue se desenvolver e prejudicando a proteína receptiva do vírus, impedindo-o de entrar”, explicou a médica.
Na Austrália um estudo in vitro, relatou Daniela, realizado para observar em quanto tempo é possível diminuir a replicação viral com a droga, constatou uma redução de 93% da replicação em 48 horas.
A partir desse estudo, a ivermectina começou a ser utilizada naquele país na fase 1, inicial da doença, e como preventivo em pessoas sem sintomas. Há diversos protocolos para o uso da medicação.
A ivermectina é metabolizada no fígado e intestino e não faz mal mesmo ao paciente com outras doenças, entre as quais o câncer, a médica salientou.
“Se mal não faz por que o nosso município não adota um kit de ivermectina, associado à azitromicina, anti-inflamatórios, analgésicos e, se quiserem a hidroxicloroquina, embora alguns estudos já estão mostrando que ela não traz nenhum benefício?”, perguntou Daniela.
Isso é o que vem sendo feito, ela informa, em diversos municípios. Em Porto Feliz, os pacientes com os primeiros sintomas já recebem o kit e começam o tratamento. Além do baixo custo da ivermectina, cerca de R$ 1 cada comprimido, que pode ser adquirido em qualquer farmácia de manipulação, há poucas contraindicações para o uso da droga, explica a médica.
A medicação só não é recomendada para casos de meningite, gravidez e crianças com menos de 15 quilos ou menos de seis anos. “Não tem quase contraindicação e o efeito colateral é, talvez no máximo, uma diarreia”, observa.
O Ministério da Saúde, segundo Daniela, já autorizou o uso das drogas contidas nesses kits. Neste momento, o uso da ivermectina de forma profilática, a medica informou, seria essencial para os profissionais da saúde e para trabalhadores de linha de frente, além das pessoas mais expostas à contaminação por coronavírus.
A médica, no entanto, orienta os pacientes a procurar seus médicos antes de usar a medicação de forma preventiva. Neste momento, o importante, ela enfatiza, é a conscientização da população em relação aos hábitos e comportamentos que serão fundamentais no enfrentamento da pandemia na atual fase aguda e também no período pós-pandemia.
O uso de máscaras, o distanciamento social e as medidas de higiene, como lavar as mãos com frequência, são novos hábitos, a médica orienta, que têm de ser incorporados definitivamente no comportamento dos cidadãos.
Os municípios também deverão adotar medidas permanentes, entre as quais a barreira sanitária. O município de Porto Feliz, ela relatou, observou que o número de casos de covid-19 aumentava entre a população depois dos feriados, quando recebia mais visitantes. A cidade passou a fazer barreiras sanitárias e impedir a entrada de quem estivesse com febre.
As barreiras sanitárias com aferição de temperaturas em todas as entradas da cidade ajudaram a diminuir os casos de covid -19 no município. Além disso, a população tem de se conscientizar, segundo ela, de que não é hora de viajar.
Adotando os novos hábitos, a médica diz acreditar que a reabertura da economia pode se dar num ritmo mais acelerado. Os salões de beleza, por exemplo, apresentam, na sua avaliação, menor risco de contaminação do que o atendimento domiciliar. Ela recomenda aos profissionais dessa área, além do uso de máscaras, distanciamento de 2 metros entre os clientes e a adoção de painéis transparentes pelas manicures.
Bares e restaurantes, ela recomenda, devem reabrir com capacidade limitada para manter um distanciamento de pelo menos 2 metros entre as mesas. A mudança de hábito também tem de ser observada nas lojas, com a adoção de máscaras, distanciamentos e sem provas de roupas.
“Não acho que a saída é fechar tudo, porque lá dentro com a porta fechada está cheio de gente”, analisou. Mas ela lembrou que para a economia reabrir é preciso fiscalização intensiva da Vigilância Sanitária.
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