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Fernando Pesciotta
Ler as manchetes e notícias mais relevantes dos principais veículos de imprensa do País é cotidianamente um teste para a autoestima individual e coletiva do brasileiro. E não se trata de equívoco da mídia profissional, é que está mesmo difícil achar notícia boa para publicar.
Aqui ou em qualquer lugar do planeta, a pauta dos acontecimentos é fortemente orientada pela gestão pública do governo central. E é aí que estão nossos pecados. O Brasil vive um momento trágico. A economia tem um ministro mais preocupado em proteger seus negócios, o meio-ambiente tem um sujeito que defende o desmatamento, a educação não tem ministro, assim como a Saúde, e o Ministério da Justiça se transformou numa Gestapo.
Para ajudar a apontar as razões de estarmos passando por esse calvário, tomo emprestada a coluna desta sexta-feira, 31 de julho, de Ruy Castro na Folha. O autor lembra que Jair Bolsonaro um dia disse que o brasileiro se joga no esgoto e não acontece nada. Ele, Bolsonaro, é prova disso.
Os amigos do presidente são “políticos rastaqueras, policiais desonestos, milicianos condenados, assessores corruptos e industriais da violência”, descreve o colunista. Ele lembra que os vizinhos de Bolsonaro no condomínio não são melhores. “Imagino seus churrascos, discutindo duplas sertanejas, o último programa do Ratinho ou um novo modelo de fuzil.” Acrescentaria que não faltariam louvores à cloroquina.
Com essa régua baixa, Bolsonaro exige que seus ministros façam o exercício diário não de ler notícias, mas de descerem o máximo que conseguirem na fossa. É assim que a filha do general que está sentado no Ministério da Saúde, no período da maior crise de saúde pública da história, tenta a qualquer custo empregar sua filha num órgão de Estado enquanto a moça recebe os R$ 600 do auxílio emergencial.
Na briga de esgoto para ser indicado ao STF em novembro, o presidente do STJ mandou para casa o miliciano que assessora a família Bolsonaro, fazendo-o fechar a boca. A jogada fez o ministro da Justiça, André Mendonça, ser ainda mais audacioso. E ele conseguiu, ao transformar a pasta numa central de arapongas para listar os “inimigos” do governo. Tem a ficha dos perigosos antifascistas “infiltrados” nas forças policiais de todo o País.
Enquanto isso, a economia derrete, não há liderança no País para aliviar os efeitos da pandemia e nem salvar nossa imagem internacional, elemento fundamental no processo de recuperação. Há um conluio da extrema imprensa global contra o Brasil. Nesta semana foi a vez da agência Sputnik publicar extensa reportagem apontando o isolamento internacional do Brasil. Vai ser difícil sair do esgoto.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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