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Fernando Pesciotta
As críticas do ministro Gilmar Mendes, do STF, ao papel desempenhado pelos militares no Ministério da Saúde repercutem ainda mais, ocupam espaço destacado na imprensa e nas redes sociais e devem levar à demissão do ministro interino da pasta. O vice-presidente, Hamilton Mourão, não gostou de ver seus colegas serem chamados de genocidas e exigiu uma retratação, mas em entrevista à Globonews, admitiu que será nomeado outro titular da Saúde.
Segundo a Folha, há pressões do próprio Exército para que Eduardo Pazzuelo seja trocado, e o presidente Jair Bolsonaro já estaria atrás de um nome. O interino deixará no ministério 30 militares nomeados por ele. O Estadão confirma que a mudança é iminente.
Amuado por causa da pandemia do coronavírus, pela prisão de Fabrício Queiroz, pelo cerco do Facebook à sua rede de apoio nas redes sociais e pela ascensão dos militares na gestão de seu governo, Bolsonaro pode ser incentivado pela chamada ala “ideológica” para retomar sua agenda original. Nesse caso, a indicação do novo ministro já seria relacionada a essa estratégia.
Em vez de se afastarem da suspeita de envolvimento com o grande número de mortos, os militares se colocam no centro da crise ao reagirem às manifestações de Gilmar Mendes, avaliam analistas políticos na imprensa. Daí a pressão de parte do Exército para aproveitar a oportunidade e deixar a pasta, dando espaço para a volta do Bolsonaro original.
Nos EUA, o presidente Donald Trump corre sério risco de derrota mesmo em Estados onde tradicionalmente seu Partido Republicano sai vencedor. Conforme o UOL, Flórida, Texas, Geórgia e Arizona, entre outros, veem crescer novamente o número de mortos pelo coronavírus. A volta da pandemia atinge a popularidade de Trump. Além de servir de exemplo, trata-se de um alerta para a política externa brasileira.
Rebaixamento
Na esfera econômica, o destaque do dia é a autorização do governo para que as empresas contratem de volta funcionários recém-demitidos pagando salários menores. A autorização dada por decreto do presidente Bolsonaro agrada as empresas e divide o movimento sindical, que precisa concordar com as condições negociadas pelo empregador.
A portaria, que tem validade retroativa ao dia 20 de março, se junta ao esforço do governo para tentar dar fôlego às empresas. Entram nesse rol a prorrogação da permissão para redução de jornada e salário por mais um mês e a pressão do Planalto pela desoneração da folha salarial. Para a renda do trabalhador, porém, não há novas notícias.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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Comentários
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Não há novas - nem boas - notícias para a renda do trabalhador. Como de costume...
ResponderExcluirVolta o velho refrão "melhor um emprego ruim que nenhum emprego".