//ECONOMIA// Vendas de roupas têm queda de 60,6%


O setor de vestuário e calçados foi o mais atingido pela crise econômica provocada pela pandemia de Covid-19. As vendas de roupas no varejo diminuíram 60,6% em abril em relação a março, quando começou o isolamento social em boa parte das regiões brasileiras.

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda nas vendas das lojas de vestuário foi muito mais acentuada do que o recuo médio de 16,8% registrado nas vendas do comércio de forma geral e que é o pior resultado da série histórica do IBGE, iniciada em 2000.

A retração nas vendas do varejo atingiu, pela terceira vez desde o início da série, todas as oito atividades pesquisadas. Uma das principais causas da queda nas vendas do varejo foi a redução da massa salarial que, entre o trimestre encerrado em março e o encerrado em abril, caiu 3,3%, retirando do mercado cerca de R$ 7,3 bilhões.

Houve menor retração do consumo no início da pandemia em virtude do anseio da população com o desabastecimento. Os consumidores anteciparam compras de itens essenciais como alimentação e produtos farmacêuticos. No mês de abril, com o alto nível de desemprego e os trabalhadores informais com menos renda, a população ficou mais cautelosa.

A expectativa do gerente da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, Cristiano Santos, é de ligeira recuperação em maio com resultado um pouco melhor em consequência da liberação de recursos como o auxílio emergencial e acesso a crédito no final de abril, além da flexibilização do comércio em muitas regiões, como São Paulo.


Desempenho de vendas do comércio varejista

Combustíveis e lubrificantes -15,1%

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios bebidas e fumo -11,8%

Tecidos, vestuário e calçados -60,6%

Móveis e eletrodomésticos -20,1%

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos -17%

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação -29,5%

Outros artigos de uso pessoal e doméstico -29,5%

Volume de vendas do comércio varejista ampliado

Veículos, motocicletas, partes e peças -36,2%

Material de construção -1,9%

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