//CIDADE// Mães de alunos fazem abaixo-assinado por kit de alimentos


Circula nas redes sociais de Serra Negra desde esta segunda-feira, 29 de junho, um abaixo-assinado de autoria de um grupo de mães de alunos da rede pública de ensino, que reivindicam o kit de alimentos distribuído pela prefeitura aos estudantes que tiveram as aulas suspensas em virtude da pandemia do novo coronavírus.

As mães solicitam o cumprimento da Lei Federal nº 13.987/2020, de 7 de abril, que autoriza a distribuição dos gêneros alimentícios da merenda escolar aos alunos da rede pública.

No abaixo-assinado, elas ressaltam o trecho da lei que determina que o benefício deve ser concedido a todas as famílias de alunos da rede pública independentemente de critérios de seleção, como casa própria, renda, quantidade de pessoas na família e veículo, entre outros.

Além das mães, o documento pode ser assinado por qualquer cidadão serrano que simpatize com a causa. O objetivo é atingir 100 assinaturas. Para assinar, clique aqui.

As mães decidiram realizar esse pedido coletivo porque, depois de três meses de suspensão das aulas, só parte delas até agora teve acesso ao benefício.

Muitas não foram ainda chamadas para a entrevista com a assistente social, por meio da qual seriam selecionadas as famílias para o cadastro dos alunos contemplados pelo benefício, segundo Maria Gabriela Ferreira Lopes.

Gabriela tem uma filha de quatro anos e não conseguiu nem a entrevista com a assistente social. “Ela ficou de entrar em contato comigo, mas não entrou”, relata.

A informação que circula entre as mães, segundo Gabriela, é a de que em junho a prefeitura não entregou os kits e provavelmente a distribuição dos alimentos será suspensa.

“Os kits do mês de junho não foram entregues e, muito provavelmente, não serão”, afirma Gabriela. As mães solicitam também maior transparência da prefeitura em relação ao número de kits distribuídos até agora.

Elas lembram que já recorreram aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário sem sucesso até o momento. O Ministério Público abriu sindicância para apurar o caso a pedido do PSOL local. 

Vereadores e políticos inicialmente envolvidos com a causa da merenda escolar têm utilizado o grupo do WhatsApp de mães para divulgar outros assuntos de seus interesses, como a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara Municipal para investigar a atuação do Executivo na área da Saúde.

O abaixo-assinado critica ainda a priorização de outras pautas pela administração municipal, como recapeamento e asfaltamento de ruas, reforma da praça central e quadras esportivas e trocas de luzes. 

“Por fim, colocamos nossa indignação perante à falta de respeito e comprometimento do Poder Executivo com os munícipes, promovendo ações estritamente pautadas em campanhas eleitorais deste ano de 2020”, diz o documento.

Até fim de maio, 300 kits de alimentos não perecíveis e de hortifrútis foram distribuídos. Na ocasião, mais 109 famílias foram contempladas e outras 224 estavam sendo analisadas pela Secretaria de Assistência Social para receberem os alimentos.

O objetivo da prefeitura é distribuir kits para o máximo possível de alunos, informou a assessoria de imprensa na ocasião, mas terão prioridade e receberão primeiro os que estiverem passando maiores necessidades.

“Uma força-tarefa para as avaliações sociais está sendo realizada pela Secretaria de Assistência Social para distribuição de mais kits ou cestas básicas por meio da assistência social. Os pais estão sendo contatados pelas diretoras das escolas”, informava a nota. 

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