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Fernando Pesciotta
Acossado pelas investigações de fake news, pela prisão de Fabrício Queiroz, perda de popularidade nas redes sociais, pelo derretimento da economia, pela irresponsabilidade na gestão da pandemia do coronavírus e pela ameaça de impeachment, Jair Bolsonaro abandonou suas promessas de campanha. Governar sem os políticos tradicionais parece não ter passado de um sonho de verão.
Nem os encontros com apoiadores na porta do Palácio do Alvorada estão ocorrendo – Bolsonaro não deu o ar da graça desde a prisão de Queiroz –, enquanto estreita a relação com partidos, principalmente aqueles de reputação duvidosa. Em vez do chiqueirinho de apoiadores no Alvorada, ontem Bolsonaro tomou café da manhã com deputados de legendas nanicas.
No encontro, segundo relata a mídia nesta quinta-feira, 25 de junho, ficou decidido que a bancada do PSC vai apresentar ao ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, uma lista de cargos para nomear seus indicados em vários Estados.
A liquidação da máquina pública não é exatamente uma novidade no governo Bolsonaro, mas vem se intensificando nos últimos dias. Há relatos até de troca de militares – são 3 mil nomeados só em Brasília – a por indicados do Centrão nos ministérios.
Má notícia
Além das crises política e de saúde pública, o governo sofre com uma economia que teima em apresentar dados ruins. Nesta quarta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) atualizou sua previsão para o PIB brasileiro. Agora, projeta recuo de 9,13% neste ano, ante previsão anterior de queda de 5,3%. Trata-se do pior resultado da história.
Conforme a Exame (https://bityli.com/KmRYS), analistas observam que a pandemia agrava o quadro, mas a economia já dava sinais claros de fragilidade antes do coronavírus. Tanto assim que o desempenho do PIB deverá ser o pior entre os países emergentes. A China deve crescer 1%, e as quedas da África do Sul (8%), Rússia (6,6%) e Índia (4,5%) serão menores.
Com o número de casos de covid-19 e de vítimas ainda em alta, com o maior número de mortos num único mês da história do Brasil, evidencia-se que Bolsonaro não cuidou de salvar a vida dos brasileiros supostamente em nome da economia, e com isso dá duplo sinal de incompetência.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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