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Fernando Pesciotta
A gestão da economia do governo de Jair Bolsonaro é um desastre. Não se trata de opinião, uma questão ideológica ou política. É fato levado para a manchete do Estadão nesta terça-feira, 16. Segundo o jornal, levantamento que cruza previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de economistas de bancos brasileiros, consolidadas na última edição do Boletim Focus, indica que 90% dos países terão uma recuperação econômica pós-pandemia do coronavírus melhor do que a brasileira. Na América do Sul, só a Venezuela ficará para trás, conforme aponta o Ibre/FGV.
Não se trata apenas de efeitos da crise trazida pela covid-19. O PIB brasileiro do primeiro trimestre, quando a pandemia praticamente inexistiu no País, foi negativo.
No mínimo desde o começo do ano o mundo sabe que o vírus causaria transtornos, teria forte impacto econômico. No Brasil, a covid-19 desembarcou em meados de março. Dia 16, logo após Bolsonaro participar daquela insana manifestação antidemocrática em Brasília, a maioria das empresas adotou o isolamento social.
Em todo este período, o que fez o ministro da Economia, Paulo Guedes? Praticamente nada. Neste período, o que fez o presidente, além de insistir em mandar a população para a rua e fazer pouco caso das mortes?
Nesta terça-feira a Folha salienta que o Congresso deve aprovar a medida provisória que prorroga por mais quatro meses a suspensão de contratos e redução de jornada de trabalho. Tudo bem, ajuda a inibir as demissões, mas não as evita. E o que vem depois? Qual é o plano do governo para a recuperação da economia e garantia de renda da população? Apenas incentivar as pessoas a correrem riscos no comércio vai salvar os empregos? Cadê o crédito para dar fôlego às empresas, conforme prometido por Bolsonaro em rede de TV?
Exatamente porque temos mais pontos de interrogação do que respostas é que vemos 90% dos países – noventa por cento! – à frente do Brasil.
Renda
Ainda nesta terça-feira, o empresário Vilmar Ferreira volta a publicar anúncio nos jornais respondendo à provocação de Guedes para que apresentasse propostas. Nos dias 12 e 28 de maio Ferreira publicou anúncios com duras críticas à (falta de) política econômica. Guedes não gostou e pediu idéias, já que não as tem.
Ferreira repete o cardápio que passa por controle inflacionário, juros e câmbio, mas com ênfase prioritária (desculpe o reforço que beira a redundância) na renda do trabalhador.
O empresário lembra que a valorização do salário mínimo foi um dos principais motivos de sucesso do governo Lula. Mas o ministro da Economia parece não estar preocupado com nada disso. Nem com o País, nem com a população.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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