//PANDEMIA// Unidade de atendimento do Alto das Palmeiras já recebeu mais de 250 pacientes

Unidade do Alto das Palmeiras ajuda a desafogar a demanda
por leitos para pacientes de covid-19 de baixa complexidade 

A instalação de uma unidade de atendimento ao covid-19, no bairro Alto das Palmeiras, tem contribuído para evitar o aumento de casos de internação relacionados às complicações por síndrome gripal e número de óbitos no município por coronavírus, informou a secretária de Saúde de Serra Negra, Teresa Cristina César Fernandes.

A instalação da unidade foi alvo de críticas de vereadores, como Ricardo Fioravanti e Leandro Pinheiro, na sessão da Câmara Municipal do dia 4 de maio, segunda-feira.

Os investimentos e gastos mensais, estimados pelos vereadores em valores acima dos R$ 200 mil informados pela prefeitura, seriam muito elevados em relação ao número de pacientes atendidos e desvantajosos do ponto de vista financeiro.

Desde 8 de abril, primeiro dia de seu funcionamento, a Unidade de Atendimento do Alto das Palmeiras recebeu, segundo a secretária, mais de 250 pacientes, com suspeitas clínicas de gripe e outras patologias.

Todos os pacientes com sintomas de síndrome gripal são acompanhados pela equipe médica alocada na Vigilância em Saúde. O estado de saúde dos pacientes e de seus familiares, a secretária informa, é acompanhado pela equipe por meio de teleatendimento, conforme preconizado pelo Ministério de Saúde.

“O intuito é avaliar a necessidade de encaminhamento para atendimento hospitalar em tempo oportuno”, afirma a secretária.


Depois de diagnosticados com síndrome gripal quando atendidos na unidade do Alto das Palmeiras, os pacientes são afastados das atividades laborais, quando necessário, para reduzir os riscos de transmissão comunitária do coronavírus. A atuação da equipe é sempre baseada na suspeita do vírus.

“Com isso, pudemos conter até o momento o aumento de casos de internação relacionadas às complicações por síndrome gripal e o número de óbitos no município por coronavírus”, diz Teresa Cristina.

Instalações similares à unidade do Alto das Palmeiras, informa a secretária, têm sido construídas em várias cidades, com o objetivo principalmente de desafogar a demanda por leitos para pacientes de baixa complexidade com covid-19.

A estratégia da secretaria tem sido, segundo Teresa Cristina, a de aproveitar os recursos humanos disponíveis na rede municipal, como pessoal da limpeza e higienização, recepcionistas, farmacêuticos e auxiliares, além de nutricionista, assistente social, segurança do trabalho e o serviço de ambulância.

Ainda assim, segundo a secretária, foi necessária a contratação de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. “Não foi possível realocarmos esses profissionais”, explica.

A unidade do Alto das Palmeiras, a secretária salienta, é para casos de baixa complexidade e está disponível 24 horas por dia, com capacidade para manter o paciente em observação e monitorado por equipamento (monitor multiparâmetros) e por equipe qualificada.

“A unidade pode ainda dar suporte em possíveis agravamento dos casos até o momento da remoção para o Hospital Santa Rosa Lima”, afirma.

Sobre o risco de colapso da capacidade hospitalar no Estado, a secretária esclarece que a demanda de leitos de UTI do município será regulada pelo sistema CROSS (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), do governo do Estado, com previsão de disponibilidade na região para a realização de transferência dos casos mais graves.

A secretária lembra que o afrouxamento das medidas de isolamento social pode sobrecarregar todo o sistema de saúde em nível nacional. “O desenrolar da epidemia também depende crucialmente de como a comunidade irá reagir”, afirmou.

Reajuste salarial

Em relação à exclusão dos funcionários do Hospital Santa Rosa de Lima do reajuste que será concedido para o pessoal da saúde na linha de frente no combate ao coronavírus, a secretária informou que a prefeitura tem um termo de convênio com o hospital, repassando R$ 425 mil por mês.

O pagamento dos funcionários do hospital, ela explica, é de responsabilidade da entidade. “A prefeitura não tem governabilidade sobre esses funcionários que são da folha de pagamento do hospital”, explica.

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