//PANDEMIA// Joel fechou seu negócio: "Vou ter de recomeçar do zero"

Joel: "Tenho medo de pegar empréstimo"

Salete Silva

As medidas econômicas e os programas de financiamento e crédito disponíveis pelo governo desde o início da pandemia de coronavírus não chegam aos pequenos e microempresários, em especial donos de lojas, cafeterias e lanchonetes, para que eles possam manter seus negócios.

Os empresários precisam de recursos não só para saldar dívidas e folha de pagamento durante o período de quarentena, como para capital de giro para a retomada dos negócios após a reabertura do comércio.

Com receio da inadimplência por parte em especial dos segmentos que continuam com as portas de seus estabelecimentos fechadas, as instituições financeiras da região dificultam a disponibilidade de financiamento para os empresários, em especial do setor vestuário e lanchonetes.

Sem perspectiva, empresários como Joel Fanzolim, dono da Maná Doces e Salgados, há quatro décadas no mercado, foi um dos primeiros empresários de Serra Negra a encerrar suas atividades por causa da pandemia. Sua expectativa é contar com financiamento bancário para retomar seu negócio do zero.

Joel disse que não conseguiu se manter apenas com os serviços de delivery e teve de demitir os dois empregados que mantinha na sua nova loja.


O empresário concedeu o seguinte depoimento ao Viva! Serra Negra:

“Pretendo pegar financiamento bancário, mas ainda não sei exatamente qual.  Não sei ainda qual ajuda vão dar e tenho medo de tomar empréstimo.

Ainda não procurei os bancos e não sei quais são as formas de financiamento. É muito difícil a gente trabalhar uma vida inteira e de repente vem uma pandemia.

Fechamos a doceria e estamos vendendo tudo para pagar os tributos. Mas está difícil de vender os equipamentos porque não há pessoas interessadas nem com recursos para adquirir.

Meu Deus! Estamos sem renda há dois meses. Fazer o quê?

Não tenho aposentadoria e terei de recomeçar do zero.”
 
Medidas anunciadas pelo governo durante 
a pandemia para auxiliar os empresários

- BNDES Crédito Pequenas Empresas

Por meio da linha “BNDES Crédito Pequenas Empresas“, oferecida por instituições financeiras públicas, privadas e cooperativas,  para as empresas com faturamento anual de até R$ 300 milhões. Cabe às instituições, no entanto, conceder ou não crédito. As taxas variam de 8,08% a 17,49%, dependendo do setor e da região.

As companhias terão 24 meses de carência e cinco anos de prazo total para pagar esse financiamento.

 
- Linha de crédito para pagamento de salários

O BNDES também anunciou uma linha de crédito emergencial para pequenas e médias empresas (com faturamento anual de R$ 360 mil a R$ 10 milhões) usarem no pagamento do salário de funcionários dos próximos dois meses.

As empresas podem financiar dois salários mínimos (R$ 2.090) por funcionário com condições especiais de pagamento: 180 dias de período de carência e 36 meses de prazo para pagar, a uma taxa de 3,75% ao ano.

O valor será repassado diretamente aos empregados – e não passará pelo caixa das empresas. Além disso, a companhia que pegar o empréstimo fica proibida de demitir funcionários nesse período.

- Proger Urbano Capital de Giro

O governo federal também instituiu a Linha de Crédito Proger Urbano Capital de Giro para ajudar microempresas e empresas de pequeno porte com faturamento bruto anual de até R$ 10 milhões.

Cada empresa poderá receber até R$ 500 mil e terá 12 meses de carência e até 48 meses para pagar. Essa linha é operada pelos bancos públicos federais, como Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste.

- Linha de crédito vinculado ao Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO)

Destinada a financiar atividades produtivas do MEI e de microempresas com faturamento anual de até R$ 200 mil. Cada empresa poderá receber até R$ 21 mil de empréstimo por instituição financeira – ou até R$ 80 mil somando todas as instituições.

O prazo mínimo de financiamento é 120 dias e, o máximo, negociado de acordo com cada operação – sendo, em média, de 96 meses com até 60 meses de carência.

- Prorrogação do pagamento de tributos do Simples Nacional

O Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) prorrogou o prazo de pagamento de tributos para MEI e empresas do Simples Nacional. Para os microempreendedores individuais, os tributos federal (INSS), estadual (ICMS) e municipal (ISS) ficam prorrogados por 6 meses.

Para as empresas optantes do Simples Nacional, o ICMS e o ISS ficam prorrogados por 3 meses. Além disso, também foram prorrogados por 6 meses os tributos federais para as empresas do Simples.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na quinta-feira, 14 de maio, que o governo vai apresentar proposta de redução de encargos trabalhistas como forma de estimular a produção do país e a geração de empregos.

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