//PANDEMIA// Novo ministro se diz alinhado com Bolsonaro

Bolsonaro e o novo ministro da Saúde: mesmas ideias

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou, na tarde desta quinta-feira (16), o médico Nelson Teich como novo ministro da Saúde, no lugar de Luiz Henrique Mandetta, que ficou pouco mais de 16 meses no cargo. 

Teich assume o cargo em meio à pandemia do novo coronavírus, que já infectou mais de 30 mil pessoas no país, levando cerca de 1,9 mil pacientes a óbito. 

Em um pronunciamento no Palácio do Planalto, ao lado do novo auxiliar, Bolsonaro disse que é preciso combinar o combate à doença com a recuperação econômica e garantia de empregos, e defendeu uma descontinuidade gradativa do isolamento social em vigor em todo o país. 

"O que eu conversei com o doutor Nelson é que gradativamente nós temos que abrir o emprego no Brasil. Essa grande massa de humildes não tem como ficar presa dentro de casa, e o que é pior, quando voltar, não ter emprego. E o governo não tem como manter esse auxílio emergencial e outras ações por muito tempo", afirmou. 

De acordo com Bolsonaro, houve um "divórcio consensual" entre ele e Mandetta. 



Em seu discurso depois do presidente, Nelson Teich disse que não haverá uma definição "brusca ou radical" sobre a questão das diretrizes para o isolamento social, mas enfatizou que deve tomar decisões com base em informações mais detalhadas sobre o avanço da pandemia no país. 

Nesse contexto, ele defendeu um amplo programa de testagem para o covid-19 e ressaltou que está completamente alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, na perspectiva de retomar a normalidade do país o mais brevemente possível.  

"Existe um alinhamento completo aqui, entre mim e o presidente, e todo o grupo do ministério, e que realmente o que a gente está aqui fazendo é trabalhar para que a sociedade retome cada vez mais rápido uma vida normal", disse. 

Agradecimento

Em sua conta oficial no Twitter, Luiz Henrique Mandetta anunciou sua demissão pelo presidente Jair Bolsonaro do cargo de ministro da Saúde. Na publicação, Mandetta agradeceu pelo tempo à frente da Pasta. "Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar."



Ele também agradeceu os gestores que compunham a direção do ministério. "Agradeço a toda a equipe que esteve comigo no MS e desejo êxito ao meu sucessor no cargo de ministro da Saúde. Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso país."

Mandetta e o presidente Jair Bolsonaro vinham divergindo sobre os caminhos para o combate à pandemia do novo coronavírus. O ministro se alinhava às orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) pela adoção de um isolamento social mais forte, enquanto o presidente vinha defendendo a abertura do comércio como forma de evitar impactos na economia.

Médico, Mandetta foi secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul e deputado federal pelo DEM. Ocupava o cargo de ministro da Saúde desde o início do governo Bolsonaro, em janeiro de 2019. As notícias sobre a possibilidade de ele deixar a pasta já vinham há duas semanas

Perfil 

O novo ministro da Saúde é médico oncologista e empresário do setor. É natural do Rio de Janeiro, formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), com especialização em oncologia no Instituto Nacional de Câncer (Inca). Também é ócio da Teich Health Care, uma consultoria de serviços médicos.

Teich  foi consultor informal na campanha eleitoral de Bolsonaro, em 2018, e assessor no próprio Ministério da Saúde, entre setembro do ano passado e janeiro deste ano. (Agência Brasil)

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