- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
A realidade é dura, sim, e parte da sociedade tem se negado a encarar o problema tanto do ponto de vista sanitário quanto econômico.
Para a economista Mônica de Bolle, pesquisadora sênior do Peterson Institute for International Economics (PIIE), de Washington, onde reside atualmente, a economia também sofre influência psicológica neste momento.
“O ser humano tem dificuldade de lidar com essa situação, porque trabalhar sobre incertezas causa medo e ansiedade”, diz Mônica em seu canal no Youtube.
A tendência, segundo ela, é que o ser humano fuja das incertezas e da situação em que se encontra porque tem dificuldade de traçar cenários.
Isso vale, segundo a economista, para a discussão macroeconômica, que tende a desconsiderar as incertezas. Os economistas procuram entender o mundo de acordo com as probabilidades de eventos.
“A média dos eventos nos dá noção do que é mais provável do que vem acontecer e isso dá segurança enorme”, afirma.
Mas nas crises as médias não têm significado, não querem dizer nada. Nesses casos, os acontecimentos extremos, improváveis em épocas de calmaria, ganham alta probabilidade.
O cenário que existe é de uma pandemia grave, um vírus que tem um nível de contágio alto – 6 para cada pessoa infectada –, que exige quarentena, sem a qual os cenários para a epidemia e também para a economia serão piores.
A transmissibilidade do vírus leva a uma característica de ondas, com períodos intercalados de quarentena como resposta ao nível de contaminação, até que se encontre uma vacina.
Essas idas e vindas da epidemia vão valer igualmente para a economia.
Até recentemente, economistas e autoridades econômicas do país defendiam a austeridade fiscal e as reformas, debate que ficou totalmente fora de foco nas últimas semanas.
Os dogmas e verdades econômicas estabelecidos nos últimos anos terão de ser deixados de lado em prol de salvar vidas.
Ao invés da austeridade fiscal o governo terá de liberar mais recursos para a saúde e para dar sustentação econômica às pessoas e trabalhadores mais vulneráveis.
A guinada terá de ser de 180 graus e deverá alcançar também a política monetária, cujo debate agora gira em torno da emissão de moeda para estimular a demanda.
A teoria de que monetizar a economia pode criar inflação é mais um dos dogmas que a sociedade precisa derrubar para encarar com coragem esse novo mundo que estabelece uma nova ordem em que a imprevisibilidade, por enquanto, é o mais previsível.
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
Comentários
Postar um comentário
Os comentários são bem-vindos. Não serão aceitos, porém, comentários anônimos. Todos serão moderados. E não serão publicados os que estimulem o preconceito de qualquer espécie, ofendam, injuriem ou difamem quem quer que seja, contenham acusações improcedentes, preguem o ódio ou a violência.