//OPINIÃO// Bem-vindos, agentes de trânsito


Carlos Motta

A Prefeitura de Serra Negra informou que está treinando dois agentes de trânsito, aprovados em concurso no ano passado. A nota da assessoria de imprensa com essa informação foi motivada por boatos de que esses novos profissionais estariam aplicando multas. 

Antes estivessem.

Qualquer observador mais atento percebe que uma cidade pequena como Serra Negra não deveria ter o número de motoristas tão pouco afeitos a respeitar o Código de Trânsito Brasileiro como tem. 

Param em fila dupla, estacionam em locais proibidos, desrespeitam a faixa de pedestres, trafegam em velocidade acima da permitida, não dão bola às vias preferenciais...

E por aí vai.

Em seis anos como morador da cidade, nunca vi um agente de trânsito agir.

Várias vezes, porém, presenciei guardas municipais ao lado de suas viaturas, estacionadas na Rua Coronel Pedro Penteado, em frente da prefeitura, batendo papo, olhando o movimento, tranquilos, despreocupados.

E policiais militares em blitze parando motoqueiros - não aqueles que usam Serra Negra, nos sábados e domingos, como ponto final de suas imprudentes brincadeiras nas estradas sinuosas da região, mas aqueles com máquinas bem mais modestas, gente daqui mesmo. 

Também vi em outras ocasiões os PMs aborrecerem os pobres turistas que chegam depois de exaustivas horas de viagem, a pedir documentos, bem na entrada da cidade - cá entre nós, essa não é uma medida nem simpática, nem aconselhável para quem vive e sobrevive do turismo.

O trânsito em Serra Negra, em resumo, é um Deus nos acuda, com motoristas mal educados, e, aparentemente, sem ninguém para colocá-los na linha.

Os novos agentes, assim como os antigos - se os há -, bem que poderiam fazer o trabalho que lhes cabe - que não é simplesmente multar, mas principalmente evitar as multas, orientando os serranos e os visitantes.

Esses bem que apreciariam ser informados sobre onde fica o seu hotel ou pousada de destino e onde podem estacionar, além de serem avisados que a cidade não tem semáforos e, portanto, é necessário obedecer a sinalização e as faixas de pedestres.

Embu das Artes, ao lado de São Paulo, por exemplo, recebe nos fins de semana milhares de visitantes. Seu Centro histórico é minúsculo. Mas quem chega não tem nenhuma dificuldade para estacionar, pois é recepcionado por um batalhão de "flanelinhas" devidamente autorizados, treinados e uniformizados pela prefeitura, que não cobram nada para indicar as vagas disponíveis para os motoristas - dá gorjeta quem quer.

É uma ideia que poderia ser replicada aqui. Ajudaria os turistas, ajudaria os serranos.

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