//CRÔNICA// Os oleiros do Recôncavo Baiano



A professora aposentada 
Mara Roselaine Pinto da Fonseca está 
viajando pelo Brasil. Suas crônicas
nos contam um pouco dessa experiência

Mara Roselaine Pinto da Fonseca

Na região do Recôncavo Baiano se encontra a cidade de Aratuípe. Esse canto do Brasil é reconhecido por suas olarias e mais de 80% da população se ocupa principalmente do ofício de oleiro, que se configura como sendo a principal fonte de renda.

Às margens do Rio Jaguaripe se espalham dezenas de olarias, configurando o maior centro cerâmico da América Latina.

As olarias dessa região possuem uma particularidade, que remete à herança ameríndia: as paredes de madeira em estado bruto, alinhadas com espaço entre elas, cobertas de palhas de piaçava; o telhado fechado com telhas de barro. Esses vãos entre cada estaca são arejados, o ar que circula auxilia na secagem das peças, que leva de dois a cinco dias, dependendo do clima.

Falar dessa arte é mexer com a emoção. Dizer sua história, das mãos de seus artistas oleiros que retratam em suas criações paisagens, figuras, é absorver toda essa beleza.

Feiras são realizadas por essa região para propagar a arte e comercializar. 

Esse ofício é passado de pai para filho e aqui as crianças aprendem cedo essa vocação. Muitas histórias circulam em torno dessa atividade e a cultura permeia toda essa engrenagem da criação.

É maravilhoso estar aqui e poder ver de perto como funciona.


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