//CRÔNICA// Maceió, em cores, arte e sabores


A professora aposentada 
Mara Roselaine Pinto da Fonseca está 
viajando pelo Brasil. Suas crônicas
nos contam um pouco dessa experiência

Mara Roselaine Pinto da Fonseca

Há uma imensa variedade de frutas, legumes e temperos com os quais você se depara no mercado de Maceió. Mas jamais imaginei encontrar tantos desses animais assim, à nossa disposição. Você acha desde uma simples galinha a coelhos, cabras, galinha de  Angola, patos, marrecos, de diferentes tamanhos. Basta escolher. 

Como se não bastasse vê-los assim, você também pode se deparar com as cenas de abate, já que terá a comodidade para levá-los limpinhos para casa. É assim que o mecanismo da vida e sobrevivência se torna uma constante na cultura humana. Basta fazer as escolhas.

Muito triste. Pelo menos para mim.


A beleza e encanto do artesanato

Existe, por vezes, alguma confusão na distinção entre filé e bordado.
É considerado bordado todo trabalho exercido por meio de agulha sobre qualquer tipo de suporte existente. 

Quanto ao bordado filé, ele é executado sobre uma superfície de fios tramados e não sobre um tecido, já constituído, sendo essa sua característica peculiar.



A arte esparramada pela cidade

A cultura nordestina é recheada de significados. Difícil você caminhar por qualquer cidadezinha desta vasta região e não vir a se deparar com tamanhas proezas desse povo. Desde as mais simples cidades até as grandes capitais, você se depara com cores e formas distribuídas em diferentes objetos. 

A cultura local traduz grandes personagens da história vivenciada por esses sertões. Lampião e Maria Bonita passeiam por entre as obras, repletos de intenções. Sem contar com os diversos outros objetos caracterizando o próprio sertanejo.

A riqueza de variedade criada por esse povo é de tamanha beleza... Encanta qualquer turista que aqui chega.

Não é fácil a escolha entre  as obras de arte por mim preferidas para perpetuar a lembrança dos dias tão felizes que estive por aqui.



Os opostos em Maceió

É comum você percorrer os bairros de Maceió e encontrar charretes como essa da foto, conduzindo as pessoas para todos os cantos da cidade, uma cidade com mais ou menos 1 milhão de habitantes, com muitos problemas sociais. 

Um dos maiores problemas atuais, e que perdura já há muito tempo, é a questão do lixo produzido pelas pessoas. Caminhar pelos bairros mais simples é observar tudo isso. E o que se sente não é tanto a falta de investimento e sim a cultura local.



O Estado das oportunidades

Conhecendo um pouco mais das profissões dessa terra, me deparei com Diana, uma nordestina cativante que fez da sua ousadia um mecanismo para sobreviver. Desde pequena trazendo na alma a força desse povo, realizava diversas proezas com pouca idade. 

A costura nasceu aos 12 anos e a criatividade nessa área só contribui para sua perfeita aptidão. Partindo da costura percorreu diversas outras vertentes relacionadas à arte de criar, culminando para o trabalho turístico, acolhendo o visitante e propagando os encantos dessa terra. 

Muito bem articulada, Diana diz que ocorreu muito investimento aqui e que Alagoas atualmente está conseguindo deixar sua marca como uma terra repleta de progresso, evolução e dinamismo. Mas não deixa de afirmar que o povo tem total responsabilidade nas grandes mudanças. Como bem fez ela a vida toda, acreditando que tudo é possível quando a persistência se torna aliada. Assim destaco em sua fala toda força desse povo nordestino. Povo forte, acolhedor e de muita fé.



Os quitutes de Glaci Gomes

O baião de dois é uma das comidas mais tradicionais daqui. Pense numa coisa que dá "sustância"... Fazê-lo não exige segredo e é a forma de agregar toda a família, principalmente aos domingos.

A receita consiste em feijão verde, arroz, bacon, linguiça, carne seca, queijo cremoso, queijo coalho, pimenta de cheiro e cheiro verde. Tudo muito bem misturado com a melhor pitada do nordeste, o prazer de cozinhar.

E assim as famílias vão se reunindo ao torno de uma mesa simples, carregada de tradições. A maior dificuldade ao se deparar com um prato desse é que você não para mais de comer.

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