//ENTREVISTA/ "Turismo pode ajudar a diminuir os problemas da cidade"

Achiles Mantovani Neto: "A máquina econômica da microrregião
e da cidade de Serra Negra é 70% baseada no turismo"

Salete Silva e Carlos Motta

O fundo que será criado para desenvolver a atividade turística em Serra Negra deveria ter seus recursos provenientes de uma parcela da arrecadação do Imposto sobre Serviço, o ISS, e não de uma taxa a ser cobrada dos hóspedes dos hotéis, a chamada Taxa de Turismo. "Ela é inconstitucional, não pode ser compulsória", disse o presidente do novo Conselho Municipal de Turismo (Comtur), Achiles Mantovani Neto. 

Na entrevista que deu ao Viva! Serra Negra no hotel que administra, o Grand Resort Serra Negra, Achiles afirmou que o trabalho do Comtur será unir os setores da cidade, Executivo incluído, para organizar e planejar o turismo local e criar as rotas - trabalho que já vem sendo feito com a ajuda do Sebrae -, a fim de fazer a cidade voltar a ser um destino importante do Brasil. "Nos anos 1970 e 1980 as famílias ficavam aqui uma semana, hoje ficam dois, três dias", disse. Para isso, porém, é preciso "tirar o hóspede do hotel", levá-lo para conhecer as atrações da região. "Turismo é paisagem e Serra Negra possui uma beleza natural pronta, tem as montanhas, o turismo rural, o comércio diversificado", afirmou.

Quando fala em unir os setores, ele dá um exemplo de como, de uma maneira simples, a cidade poderia, nesta época de festas de fim de ano, ser mais atrativa para os turistas. Lembrado de que poucos comerciantes atenderam ao apelo da prefeitura para decorar a fachada de suas lojas com temas natalinos, Achiles disse que se todo mundo colocasse pelo menos algumas luzes em seus estabelecimentos comerciais, "seriam 600 lojas iluminadas", que, obviamente, embelezariam a cidade.

Achiles destacou ainda a importância de se qualificar os trabalhadores do setor turístico - ele é a favor da inclusão de um representante dos trabalhadores no Comtur, algo não previsto no projeto de lei que criou o órgão - e gostaria de ver funcionando em Serra Negra uma escola técnica ou uma faculdade de turismo e hotelaria. "Isso seria fantástico", se entusiasmou.

Ele acredita que foi convidado para integrar o Comtur e presidi-lo porque, além de ser da área do turismo, não tem "história política": "A minha ambição em Serra Negra é fazer o meu negócio e a cidade irem bem. Talvez tenha sido uma escolha conciliadora."

A seguir, os principais trechos da entrevista:

Viva! Serra Negra – Qual é a perspectiva para o turismo serrano em 2020?
AchilesJá há algum tempo nós estamos fazendo um trabalho de união dos setores produtivos de Serra Negra, incluindo o setor público. Temos uma grande massa interessada em crescer em Serra Negra, mas nenhuma articulação para que isso ocorra. Isso agora vem acontecendo devido à articulação que vem sendo feita pelas associações, o Comércio Forte somado à Ashores e ao poder público, por meio da Secretaria de Turismo, com o Ney [César Augusto Borboni, secretário municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico], que é conhecido de todos nós e vem fazendo um trabalho de movimentação de turismo e programação muito bom em Serra Negra. Isso acabou estimulando as pessoas que não enxergavam mais o turismo tão evolutivo em Serra Negra e trouxe essa união. Então a movimentação, a união e o investimento das associações fizeram com que Serra Negra revivesse para o turismo.  

Viva! Serra Negra - Quais são as prioridades do Comtur?
Achiles - O Comtur continua com a prioridade de unir os setores. Continua com o objetivo dele, que foi criado para aconselhar os melhores investimentos em turismo. Hoje, temos no Comtur uma capacidade intelectual muito diversificada. Temos multidisciplinas, como arquitetos, guias de turismo, hoteleiros, donos de restaurantes, donos de bares e pessoal do comércio. A máquina econômica da microrregião e da cidade de Serra Negra é 70% baseada no turismo. O objetivo é apoiar, orientar e aconselhar o poder público a investir nos lugares certos. Por isso estamos aproveitando todos esses profissionais para elaborar um plano de investimento de turismo, um plano de eventos, um plano de atrações para o ano e tentar comover ou demover o poder público a investir nas coisas que vão levar ao turismo e consequentemente à satisfação das pessoas que moram em Serra Negra, porque vão ter suas receitas aumentadas e vão poder realizar aquilo que não conseguiam realizar com a cidade estagnada.



Viva! Serra Negra - Como você veio parar em Serra Negra?
Achiles - Sou de Águas de Lindoia. Vim para Águas de Lindoia com um ano de idade. Minha família e meu pai são de Águas de Lindoia e temos uma história longa aqui na região. Meu avô já era daqui. Meu avô foi gerente do Hotel Lindoia Cassino, há 60 anos. Meu pai nasceu em Águas de Lindoia, foi estudar engenharia em São Paulo e voltou para Águas de Lindoia para atuar no setor público, foi prefeito da cidade. Fomos criados em Águas de Lindoia, na hotelaria e turismo. Nossa vivência em Águas de Lindoia e na região é muito grande. Expandimos uma rede de hotéis por outros locais, mas voltamos a atuar em Águas de Lindoia novamente. Há 20 anos fui trabalhar no Laboratório Cristália [complexo industrial farmacêutico, farmoquímico, biotecnológico e de pesquisa, desenvolvimento e inovação] na área de turismo de eventos corporativos, ou seja, o relacionamento com os clientes da Cristália era feito por meio dos eventos. Trabalhei em eventos no Brasil todo, do norte ao sul do país, durante sete anos. Realizávamos eventos de atualização científica. A gente sentia a pujança que o Nordeste e o Sul, por exemplo, vinham obtendo com a implementação de planos turísticos. Gramado implementou um plano muito bacana de união do comércio, hotelaria e poder público. Canela fez igual. O Nordeste e a Bahia se organizaram por meio de um bureau convention [organização de instituições que promovem o turismo e a receptividade de uma cidade ou localidade para convenções e visitação de eventos e atrações diversas]. Quando saí dessa área, a holding comprou este hotel [Grand Resort Serra Negra, antigo Biazi Grand Hotel]. Como tinha muita experiência em turismo vim fazer a revitalização, a reforma desse hotel, para lançá-lo no mercado novamente. Foram quatro anos de reforma. Reformamos o hotel funcionando, conservamos muitos móveis de até 60 anos e trouxemos esse hotel para a realidade da hotelaria. E por que não ter mais do que hotel, ter um destino bom, um destino famoso e agradável, que trouxesse o turista pelo destino e não pelo hotel? Por meio da Ashores, atuei no convencimento, na união com a Associação Comercial, e com a vinda do secretário de turismo, o Ney, podemos unir o setor público e fazer boas coisas. Estou no Comtur porque fui indicado por algumas pessoas, pela Ashores, pelo Comércio Forte e pela prefeitura, porque não tenho ambição política e não vou usar o Comtur como escada política. A minha ambição em Serra Negra é fazer o meu negócio e a cidade irem bem. Não tenho história política. Talvez tenha sido uma escolha conciliadora.


"Se tivermos um turismo 
organizado, por que não trazer o 
carioca, o nordestino para cá?" 

Viva! Serra Negra – Por que Serra Negra ainda não tem esse plano de turismo como outros locais citados por você, como Gramado?
Achiles – Serra Negra já tem uma beleza natural pronta. Tem atrações turísticas de sobra. Quando você vai à praia, a atração é a praia, o restaurante. Serra Negra tem as montanhas, o turismo rural, o comércio diversificado. O que falta é a organização das rotas, que é o que estamos fazendo. As rotas estão nascendo naturalmente, como a do Alto da Serra, do Queijo e Vinho, do balonismo. Quando você organiza o turismo, ele acontece, porque você já tem a paisagem. O turismo nada mais é do que a paisagem. Os americanos a transformam em parques. Não precisamos. Não temos neve, não temos nenhuma estação hostil, então, podemos ter turismo o ano inteiro. Basta organizar, que é o que estamos fazendo. O Sebrae está nos ajudando a organizar algumas rotas, a treinar o receptivo de alguns pontos turísticos, como as vinícolas, o pessoal das fazendas, o pessoal da comida caipira, o pessoal do comércio, das informações turísticas. Serra Negra precisa se organizar e, o mais importante, se mostrar. As estâncias, talvez por falta de um turismo mais profissional, foram desaparecendo como destino. As pessoas vão para o Nordeste, Rio de Janeiro, Campos do Jordão, Gramado, Canela, porque estão em evidência. Esses locais se organizaram para propagar a imagem, os pontos e rotas turísticas. Não fizemos isso e agora estamos fazendo.

Viva! Serra Negra- Você mora em Holambra e é de uma família de Águas de Lindoia. O que Holambra e Águas de Lindoia têm para ensinar ao turismo de Serra Negra?
Achiles – Águas de Lindoia é praticamente um par de Serra Negra. As cidades têm de se desenvolver juntas. Tenho 53 anos e praticamente nasci aqui, conheço essa região. Tivemos uma época em que Serra Negra e Águas eram muito frequentadas, nos anos 70 e 80. Os hotéis ficavam lotados e as estâncias tinham certo glamour. Como as estâncias pararam de se propagar, de inovar no turismo, estabelecer suas rotas, ficaram mais no turismo de hotelaria, no qual o turista aproveitava a pensão completa e passeava pelo comércio. Com isso o turismo começou a encurtar. O turismo de famílias, que era de sete ou oito dias, passou a ser de dois, três dias. Existe espaço para o turismo de sete dias se tiver coisas para o turista fazer. Eles não querem mais turismo de sete dias de pensão completa nos hotéis sem ter coisa para fazer, sem passear. Tem de promover, tem de tirar do hotel, levar o hóspede para as vinícolas, tem de levar ao Alto da Serra, ao comércio... Águas de Lindoia é a mesma coisa.



Viva! Serra Negra – Por que você resolveu morar em Holambra?
Achiles – Holambra foi uma opção de moradia quando estava no Cristália e atuava em São Paulo e Itapira. Para mim, era conveniente morar em Holambra e eu sempre quis morar num lugar onde meus filhos pudessem estudar em bons colégios. Holambra é perto de Campinas, Itapira e São Paulo. De forma estratégica é muito bem localizada. Holambra está dentro de uma rota importante. Serra Negra está mais margeada. E Holambra está a vinte minutos de Campinas.

Viva! Serra Negra – Qual é o segredo do sucesso de Holambra?
Achiles – É gestão pública. Holambra elegeu um prefeito, Fernando Fiori, que era de Lindoia. O Fernando, como eu, tinha vivência de cidade turística. Só que ele tem um diferencial grande: ele tem uma cidade temática, extremamente temática. Tem um turismo diferente do nosso, que é o turismo de um dia. E ele fez um planejamento turístico muito importante para a cidade. Planejou o turismo. Fez de cada praça um ponto turístico, fez de um grupo de restaurantes um bulevar... Além das atrações que Holambra tem como cidade de migração holandesa e ser conhecida como a cidade das flores. Aproveitando a Expoflora, que traz 250 mil pessoas por ano, você tem um fluxo turístico. Holambra hoje é um destino turístico. O que aconteceu com o Natal? Holambra levou para lá a Noeland [criada em 2017 pela Thematic Decor, empresa de decoração de Natal do Brasil, no mercado brasileiro desde 2006].  E enfeitou a cidade inteira. As pessoas vão passar o dia e pagam para ver a atração.

Viva! Serra Negra -  Essa iniciativa de gestão pública foi assimilada pela população de Holambra?
Achiles – Holambra não tem 70% de dependência do turismo como tem Serra Negra. A cidade é sustentada pelos pequenos empreendedores de flores. Era uma fazenda, que foi dividida em sítios, os imigrantes vieram e ali se estabeleceram. Inicialmente com gado, ovelha, porcos, e depois foi fazendo a mutação para plantas e flores ornamentais. Assim ganhou uma identidade.

Viva! Serra Negra – E qual é a identidade de Serra Negra?
Achiles – Aqui a identidade ficou muito rotulada com o tempo em que se tratava a pele, as moléstias, as doenças, com hidroterapia. E isso não existe mais.

Viva! Serra Negra – E tinha o comércio, a produção de malhas, que parece que foi afetado pelo aumento dos produtos importados...
Achiles – Isso, a tendência é voltar. Voltar porque as pessoas cada vez mais querem consumir as coisas locais. Aqui tem as cervejas locais, queijo, os doces são da região... O turista quer consumir produtos locais.



Viva! Serra Negra – A produção local não exige investimento em qualificação e capacitação? O Comtur não tem um representante dos trabalhadores...
Achiles – Pode ter uma cadeira para o sindicato sem problema nenhum. Mas o papel do sindicato é defender o interesse dos trabalhadores. Acho que o Comtur deveria ter um trabalhador. A questão do representante é que a lei do novo Comtur não previu o trabalhador. Mas um sindicalista ou um representante dos trabalhadores é muito bem-vindo, até para nos dizer qual é a dificuldade da formação.

Viva! Serra Negra – Como seria essa formação?
Achiles – O Sebrae vem atuando na organização. Estamos pedindo ao Sebrae que nos ajude a organizar o turismo de Serra Negra. Vamos pedir para o Sebrae fazer os cursos de formação aqui. Hoje, os formadores dos profissionais são os próprios hotéis. Por exemplo, tenho garçons que aprendem com os mestres. Tenho dois cozinheiros sendo formados com curso fora, dois jovens de cerca de 20 anos, que têm talento, e a gente oferece o curso fora. Os hotéis e os empresários são os formadores. Deveríamos ter nesta região um curso técnico de formação ou uma faculdade de hotelaria e turismo. Temos uma cidade muito menos importante no turismo, que é Águas de São Pedro, que tem um hotel do Senac.

Viva! Serra Negra – O Grande Hotel Serra Negra vai voltar a ser da prefeitura...
Achiles – Não sei se a prefeitura pode oferecer um curso técnico, não sei se o Ministério da Educação permite isso. Mas trazer uma escola técnica para Serra Negra seria fantástico. Poderia ser também uma formação técnica do Senac. Isso depende da vontade política, não depende do Comtur. Podemos dar o tom. Trazer uma escola para a cidade envolve muita coisa. O conselho ajuda a direcionar as verbas para as atividades que geram turismo, que geram satisfação para o turista e para o munícipe. 

Viva! Serra Negra – Você é a favor da cobrança de uma taxa de turismo?
Achiles – É uma coisa polêmica. Nós temos uma taxa voltada para o hospital. É uma taxa facultativa. Não se pode cobrar taxa de turismo, porque é inconstitucional. Não se pode exigir que o hóspede pague. É uma taxa polêmica, porque você paga o hotel e tem de pagar depois uma taxa para usar o turismo da cidade? Está implícito que o pagamento do hotel gera receita, você paga o Imposto sobre Serviço, o ISS, e a cidade tem de aplicar o ISS na sua sustentabilidade. O mais correto é ter um fundo que você possa administrar, mas não impondo ao hóspede um tipo de taxa. O Brasil já está saturado disso.

Viva! Serra Negra – De onde viriam os recursos para o fundo?
Achiles – De um porcentual do ISS da cidade, por meio de uma negociação com os vereadores. Recursos que já viessem da arrecadação. Acredito muito que se você tiver uma boa atuação com o poder público é possível conseguir boas coisas. Holambra e Gramado conseguiram. A beleza da cidade, os pontos turísticos, não são uma responsabilidade apenas do setor público. É do munícipe, é do comerciante.



Viva! Serra Negra – Falando de responsabilidade, boa parte do comércio não atendeu o apelo de enfeitar as suas vitrines...
Achiles – Acostumar com o sucesso é fácil, acostumar com o insucesso também. Aqueles que são dotados de zona de conforto baixa, pensam assim: "O turista vai vir mesmo, por que gastar dinheiro para comprar uma luzinha?" Essa cultura tem de mudar. Imagine se todos tivessem colocado na sua fachada uma luz... Unir os setores é o que falo desde que cheguei aqui. Durante anos acompanhei as cooperativas médicas, que são muito bem organizadas, e lembro da passagem de um médico que era presidente de uma cooperativa e ele dizia: "Antes a gente fazia muito e não tinha nada, hoje a gente faz muito menos e tem muito mais - assistência jurídica, assistência médica, seguro de vida, carga horária menor..." Então é aquela velha frase: a união faz a força. Se todo mundo se unisse, todo mundo colocava as luzinhas. E seriam 600 lojas iluminadas. 

Viva! Serra Negra – As escolas públicas, por determinação do governador João Doria, e parece que as instituições particulares de São Paulo, colocaram no calendário de 2020 quatro períodos de férias. As férias de julho terão só 15 dias e professores e alunos terão recesso também em abril, outubro e entre dezembro e janeiro. Qual é a sua opinião sobre essa mudança?
Achiles – Não sou educador, não sei dizer, mas acho que as crianças se embalam. Tira uma criança da rotina e coloca nas férias, tira das férias põe na rotina... Como pai, sei que isso não funciona. 

Viva! Serra Negra – Essa mudança no calendário coloca novamente em discussão a questão da alta e da baixa temporada. Como você vê essas duas épocas para o turismo?
Achiles – Isso funciona assim no mundo todo. Serra Negra tem a sorte de estar em duas altas temporadas. Em julho, a praia não funciona. Serra Negra tem janeiro e julho, e Águas de Lindoia tem janeiro e julho, porque temos atividades o ano inteiro. Temos sol e temperatura agradável no ano inteiro. A gente acaba vivendo de fim de semana porque não temos turismo organizado. Se tivermos um turismo organizado, por que não trazer o carioca, o nordestino para cá? Tem o pessoal da terceira idade, tem gente de férias, tem gente com filho pequeno que não tem idade escolar, tem de tudo para vir para cá. 

Viva! Serra Negra – E qual é o impacto da economia do país no turismo serrano este ano e na perspectiva para o próximo?
Achiles – É difícil falar de economia, porque tem muita instabilidade. Nós tivemos de 2015 a 2018 os piores anos para o turismo. Este ano, melhorou no segundo semestre, no primeiro não, por causa da imprevisibilidade do início do governo. O turismo de Serra Negra é de “verba extra”, ou seja, você faz tudo na sua casa para depois viajar. Para aquecer o turismo de estância tem de ter sobra no orçamento, porque é a segunda ou terceira prioridade em seu orçamento. Percebemos que de julho para cá tivemos uma ocupação no hotel mais alta, estimulada talvez pelo FGTS. O que você faz com R$ 500? Faz uma massa, coloca numa camada, que coloca em outra camada que vem para o hotel. O Brasil é um país de pirâmide achatada. A riqueza fica muito próxima da pobreza. Se você solta R$ 500 na pirâmide do consumo, você vai alimentando até chegar lá em cima. Perspectiva para o ano que vem? Não posso dar. Não dá para falar. Sou ultrapartidário de juros baixos, de fazer dinheiro da atividade produtiva, não do próprio dinheiro. O dinheiro do próprio dinheiro é só para os especuladores. Com juros baixos, o sujeito que estava com o dinheiro para viajar ou construir uma casa, ele vai fazer isso. O juro baixo desestimula fazer dinheiro do próprio dinheiro. Se o turismo de Serra Negra aumentar, você vai ter menos gente doente, menos gente passando fome, menos problemas públicos. As lojas empregam muita gente e elas ajudam a empregar as pessoas das pequenas fábricas. A hotelaria emprega muito, são 7 mil leitos em Serra Negra, cerca de 5 a 6 mil funcionários.




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