//EDUCAÇÃO// Plano de carreira unificado divide opiniões


Salete Silva

A ideia de dividir em dois o Plano de Carreira do Quadro do Magistério e Quadro de Apoio da Educação da rede municipal de ensino de Serra Negra não é consenso entre vereadores e funcionários. 

Para o vereador da oposição Roberto de Almeida (PTB) o plano de carreira deveria ser desmembrado para melhor atender às necessidades específicas de cada categoria. 

Mas para representantes da comissão de funcionários que participaram da elaboração do projeto, a inclusão do quadro de apoio no plano de carreira é uma conquista de mais de uma década. 

O vereador sugeriu aos profissionais de apoio da educação que insistam na criação de um plano de carreira próprio, mesmo depois de a Câmara Municipal ter aprovado, segunda-feira, 16 de dezembro, o projeto de um plano de carreira que contempla o magistério e o quadro de apoio.

Integrado por servidores que atuam em atividades auxiliares nas unidades educacionais da rede municipal, sem ligação direta com a docência, o quadro de apoio representa 75% dos 411 funcionários da área da educação.

Esses profissionais atuam como atendentes de puericultura, merendeiras, faxineiras, serviços diversos, psicopedagogo e ainda exercem funções de confiança, como secretário administrativo e coordenador da merenda escolar. 

Para o vereador, a situação das secretárias praticamente foi mantida sem alterações e melhorias no cargo. “A secretária continua praticamente do jeito que veio. Não conseguimos melhorar as condições”, salienta.

Ele lembrou ainda que essas profissionais são muito requisitadas pelas professoras e sua demanda de serviço é grande.



Mas a ideia de desmembrar o plano de carreira não é consenso entre os funcionários. Erika Tomazi, atendente de puericultura, concursada, desde 2000, e secretária de escola desde 2009, integrante da comissão que elaborou o plano, discorda do desmembramento e avalia que a unificação das duas categorias não prejudica nem o magistério nem o pessoal de apoio.

“É possível estabelecer leis de forma diferentes que contemplem as duas classes. Isso não prejudica em nada”, afirma. Para ela, a área da educação é uma classe integrada por professoras, atendentes e faxineiras, que trabalham juntas. “Somos uma classe que forma a educação de Serra Negra e dividi-la não é viável”, conclui.

Serra Negra, segundo ela, é o único município da região que mantém o quadro de apoio no plano de carreira do magistério e isso, na sua avaliação, é uma conquista da categoria e uma diferenciação aprovada pela Graboski Advogados Associados, empresa contratada pela prefeitura para a elaboração do plano.

Segundo ela, a secretária municipal de Educação, Rita Pinton, também manifestou a intenção de manter o quadro de apoio no plano de carreira do magistério. 

“Nada mais justo, porque há mais de dez anos estamos fazendo parte do plano de carreira”, salienta. Durante a elaboração do plano, Erika diz que conversou com as profissionais de todas as áreas do quadro de apoio, como atendentes, faxineiras e merendeiras, que demonstraram opinião semelhante.




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