//CRÔNICA// Uma viagem conduzida pelo improvável


A professora aposentada Mara Roselaine Pinto da Fonseca iniciou a sua quarta viagem pelas estradas brasileiras neste ano. Percorreu as cidades históricas de Minas Gerais, percorreu o litoral fluminense e depois foi a Natal. Desta vez o destino é o Nordeste, mas não o dos cartões postais turísticos, e sim o das pequenas cidades, dos vilarejos esquecidos pela modernidade.

Mara pretende acrescentar de 7 mil a 9 mil quilômetros ao velocímetro do Renegade que a conduz nessa jornada. "Gostaria de compartilhar com todos as grandes aventuras que irão surgir", diz. "Na bagagem levamos as boas vibrações e o desejo infinito de conhecer as grandes diferenças sociais deste território imenso, ampliando assim as diferentes  percepções do espaço no qual todos nós fazemos parte."

E ela explica o objetivo da aventura e o que pretende levar aos leitores em suas crônicas, que se iniciam hoje no Viva! Serra Negra: "Reflexões, argumentações políticas e sociais, transformação do meio, tudo isso com uma pitada de sensibilidade."

Acompanhe!


Viver é uma aventura


Algumas escolhas surgem de algum propósito. Ou não. A minha escolha fluiu após eu perceber que viver realmente não passa de uma aventura. Mochila nas costas, um bom carro, um mapa pertinho de você e muitas intenções. E algumas, como essa, programei com um certo cuidado.

Abastecer bem o carro e abrir bem os olhos.

Depois dos 50 você realmente faz escolhas. Seguir a estrada foi a proposta do acaso que me surpreendeu. 

A Fernão Dias nesse caso nunca foi tão esperada. Assim, comecei mais uma aventura, como um jogo de xadrez.

No tabuleiro, as peças marcadas, mas no desenrolar desse movimento imaginário não se sabe o que está por vir.

A princípio meu maior adversário, as estradas antigas de Minas, estrada real. Vilarejos pelo caminho e muita adrenalina.

Por mais que você faça uma boa lista recheada de bons significados, ainda faltarão alguns detalhes. Porque a lógica está longe de ser concreta e sim feita de suposições.

Destino: Nordeste.

Passando por todos os cantinhos possíveis ou não. A meta é seguir por uns 30 ou 40 dias, adentrando pelo Vale do Jequitinhonha e deixando o improvável me conduzir.

Porque o provável já conhecemos de cor: toda a realidade ao redor.




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