//OPINIÃO// Livros, livros à mancheia...


Carlos Motta

O Coletivo da Montanha, um grupo de pessoas com ideias progressistas para a cidade, lança neste domingo, às 11 horas, na Praça João Zelante, em meio à boa música da Banda Lira Serra Negra, que começa seu concerto quinzenal meia hora antes, o projeto Leia Mais, com o qual pretende incentivar, distribuindo livros à população, o hábito da leitura por aqui.

A iniciativa é mais que louvável, é extremamente necessária. Livros são portas para o conhecimento, para o aperfeiçoamento pessoal, para um mundo diferente deste do dia a dia. Livros são essenciais para a civilização. A leitura não só torna o indivíduo mais sábio, mas dá a ele fortes motivos para a reflexão sobre assuntos sem fim.

Nestes tempos em que a ignorância passou a ser exaltada como uma virtude, o preconceito como uma necessidade e o ódio como imperativo para as relações sociais, ler pode mesmo ser considerado um ato de rebeldia, um gesto de revolta e um caminho para a libertação.

Serra Negra, como inúmeras outras pequenas cidades brasileiras, sofre a cada dia influência maior de "modernidades" que apequenam o ser humano e vai assim perdendo o espírito que a diferencia dos grandes centros - a solidariedade, a empatia pelos desvalidos, a cordialidade no trato interpessoal, a espontaneidade em atos, gestos e falas. 

Assim, seus jovens, como milhões de outros, hoje leem pouco, quase nada - se leem. Fazê-los se interessar por um livro não é tarefa fácil, eles que têm hábitos de lazer completamente diferentes desse de mergulhar no mundo fascinante proporcionado pela literatura. O mesmo se aplica à esmagadora maioria da população de faixa etária mais elevada. Nem por isso fazer nada para alterar essa situação é a melhor escolha para a sociedade - isso se essa sociedade se importa em se desenvolver espiritualmente.

Portanto, a iniciativa do Coletivo da Montanha só merece elogios - elogios que seriam ainda mais enfáticos se à distribuição de livros se somassem outras ações de estímulo à leitura, como por exemplo palestras em escolas, concursos literários para jovens e adultos, recitais, rodas de leitura - as atividades são tantas quantas a imaginação permite.

Comentários