- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
Carlos Motta
Os esforços conjuntos da prefeitura e empresários para aquecer a economia serrana em meio à grave crise que abate o Brasil desde o golpe que afastou Dilma Rousseff da Presidência da República, em 2016, são mais que louváveis - são absolutamente necessários. E embora a programação de eventos que está sendo preparada pela Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Social para este segundo semestre, época de vacas magras, possa realmente trazer algum alento para o desanimado empresariado local, ela tem de ser vista como apenas uma peça do intricado quebra-cabeças que, se montado, poderá colocar Serra Negra entre os principais destinos turísticos do Brasil.
Se isso ocorrer, e a cidade realmente passar a integrar esse seleto grupo, o benefício será geral: mais visitantes trazem mais arrecadação de impostos, que resultam em mais verbas para os serviços públicos; mais faturamento para as empresas, que podem investir em áreas que julgam necessárias; mais emprego e volume maior da massa salarial.
É um jogo de ganha-ganha.
E, pelo comparecimento de público à reunião convocada pela Secretaria de Turismo para expor seus projetos, na noite de quinta-feira, no Palace Hotel, desta vez há indícios de que os esforços serão unificados. "União" foi a palavra mais falada na reunião, e realmente, sem que ela se efetive, tudo na cidade continuará na mesma.
Mas não basta apenas união. Para que o turismo serrano atinja um nível mais elevado, é preciso organização, dedicação, profissionalismo - e investimento, ou seja, dinheiro.
Sem esses componentes, a receita para que Serra Negra fique conhecida nacionalmente - e por que não internacionalmente? - vai desandar.
Boas intenções são sempre necessárias, mas insuficientes.
Para o projeto andar será preciso criar um grupo de trabalho, composto por todas as partes interessadas - Executivo, empresariado, trabalhadores -, contratar profissionais de marketing e publicidade, capacitar os funcionários do comércio, bares e restaurantes e hotelaria, instruir donos de bares, restaurantes e hotéis para oferecer serviços mais profissionais e diversificados, rever alguns preços de produtos e serviços, tornar a cidade mais amigável para os visitantes, aumentando as vagas de estacionamento e oferecendo a eles mais informações...
Tudo isso para ficar só no básico - um básico que exige planejamento e coordenação.
Para resumir, há muito, mas muito mesmo, a ser feito. E para que seja feito o mínimo, que é tornar viáveis os projetos da Secretaria de Turismo para este segundo semestre, sem os quais Serra Negra vai passar dias e mais dias a pão e água, vaidades, preconceitos, desavenças e antipatias de todos os tipos terão de ser deixadas de lado. O presidente da Associação Comércio Forte, Rafael Accorsi, foi direto ao ponto na reunião de quinta-feira, ao dizer que o movimento que se esboça em prol da cidade é apartidário.
Mas não só isso: o sucesso depende também de algo que está muito em falta no Brasil nestes tempos terríveis, que é o senso de Justiça social. Se quem se envolver nesse projeto não tiver em mente que o objetivo final é melhorar a vida dos cidadãos serranos como um todo, e não a sua, egoisticamente, é preferível deixar tudo como está para ver como é que fica. Porque, se é para fazer alguma coisa, se é para mudar hábitos e costumes, se é para abrir as mentes, que seja em prol do futuro, do desenvolvimento, da civilização, e não do passado, do reacionarismo e da barbárie.
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
Comentários
Postar um comentário
Os comentários são bem-vindos. Não serão aceitos, porém, comentários anônimos. Todos serão moderados. E não serão publicados os que estimulem o preconceito de qualquer espécie, ofendam, injuriem ou difamem quem quer que seja, contenham acusações improcedentes, preguem o ódio ou a violência.
esse movimento poderia envolver náo só o empresariado, bem como toda a cidade...
ResponderExcluirTotalmente de acordo.
ResponderExcluirNosso empresariado é e está estagnado. Profissionalmente é amador. Não condiz à altura de uma cidade com forte poder turístico.