//ARTE// No cineclube, a história do fotógrafo-guerrilheiro

"Djambo": importante documento sobre a independência de Moçambique


O Kanemo Cineclube exibe, nesta quarta-feira, 14 de agosto, às 19h30, no Palácio Primavera, na Praça Sesquicentenário, com entrada gratuita, o filme "Djambo", o segundo do ciclo dedicado ao diretor Chico Carneiro, paraense radicado em Moçambique. 

O filme acompanha Carlos Djambo, um antigo fotógrafo-guerrilheiro, em uma viagem de revisitação aos locais onde documentou a luta de libertação e o processo de reconstrução de Moçambique depois da Independência. As suas fotografias e os encontros com as pessoas que partilharam sua experiência de luta são o fio condutor de uma viagem que revela o país em contraste com aquele que foi idealizado. Na estrada, por força de encontros inesperados, é o drama na vida de Djambo que acaba por ser revelado, de tão fatalmente enredado que ele está no curso histórico do seu país.

Carlos Djambo foi ainda jovem para Tanzânia, onde teve a formação político-militar, com a intenção de fazer a luta armada de libertação nacional. Na Tanzânia, tornou-se fotógrafo e, nessa condição, documentou parte da luta armada de libertação nacional. Mais tarde, o fotógrafo-guerrilheiro aprendeu a fazer vídeos, passando a ser operador de câmera de Samora Machel, o líder da luta pela independência de Moçambique e seu primeiro presidente, até a queda do avião Tupolev 134, em Mbuzini, África do Sul, em 1986, que o matou. Djambo foi um dos sobreviventes desse acidente.

Com este filme, Chico Carneiro disse pretender contribuir para a preservação da memória coletiva dos moçambicanos: “Mais do que preencher uma lacuna, ao nível da memória, penso que o filme dá-nos a possibilidade de discutir as diversas versões da história de Moçambique. Em geral, a história é feita pela versão do vencedor, mas há que considerar várias versões que também complementam a história, versões que precisam ser vistas, revistas e conferidas. O filme tem uma forte contribuição para dar nesse aspecto.”

O filme tem codireção de Catarina Simão e começou a ser produzido em 2016, tendo sido filmado em três semanas, com muitas viagens feitas de carro por Moçambique. 

Comentários