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Cena de "Das Barrancas do Rio Cariá", que será exibido nesta quarta-feira, 7 de agosto |
O Kanemo Cineclube inicia o seu segundo mês de atividades em Serra Negra com novo horário e nova programação. A partir desta semana as sessões, gratuitas, serão às quartas-feiras, às 19h30, no Palácio Primavera, na Praça Sesquicentenário, e a mostra deste mês será dedicada a Chico Carneiro, cineasta paraense radicado em Moçambique.
Dele, serão exibidos quatro documentários: "Das Barrancas do Rio Cariá" (7/8), "Djambo"(14/8), "Quem é Vanda" (21/8) e "Minha Casa Era Aqui"(28/8).
"Das Barrancas do Rio Cariá" (66 minutos), que abre a mostra, é o quarto filme da série “Barcos da Amazônia” e retrata a luta pela sobrevivência nas comunidades ribeirinhas do rio Cariá, no município de Abaetetuba, região do baixo Tocantins, na Amazônia Paraense, onde as famílias vivem da extração do barro e da madeira para a fabricação de potes, telhas e outros utensílios feitos de forma artesanal. O filme mostra também o impacto da atividade sobre o ambiente e as reflexões dos oleiros sobre o seu trabalho e o seu futuro.
Para explicar a obra de Chico Carneiro, a professora Keyla Negrão preparou um texto especial para o Kanemo Cineclube, que é reproduzido a seguir:
Um filme de Chico Carneiro
Há 18 anos o cineasta e fotógrafo castanhelense Chico Carneiro reiniciou seu caminho de volta à terra paraense, depois de mais de duas décadas residindo na África. De lá pra cá realizou dez filmes documentários sobre os povos ribeirinhos, sobre a cultura de rios da Amazônia, sobre as vivências amazônicas e similares.
A linguagem documental, o estilo denúncia e arte enchem nossos olhos de beleza e realidade.
A sonoridade/trilha da sua "pentalogia" é cheia dos simbolismos da natureza, dos ruídos de ambiências amazônicas entre rios, asfaltos e florestas. Um show à parte, aliás, parte do mesmo show.
A filmografia desse retorno de Chico é independente. O cineasta sempre é roteirista, produtor, editor e realizador do que faz. Mesmo com todo debate sobre democratização dos meios, de políticas de acesso e fomento, de descentralização de produção e plateias, a partir do marco político do audiovisual, em 1992 no país, o cineasta ainda surpreende com sua performance "artesanal".
Chico é artesanal, no sentido de que é ourives de cada detalhe do filme, um jeito quase "solitário" de produzir a obra, terceirizando cada vez menos seu olhar e de algum modo compartilhando cada vez mais modos de construir imagens em profundidade...
“Quem é Vanda?” é um exemplo extremo dessa forma de fazer filmes. Foi filmado em um dia, com uma câmera GoPro.
Chico já lançou 5 filmes da série sobre barcos, barqueiros da Amazônia oriental (paraense). Sempre que pode o cineasta volta ao Pará para lançar um filme média/longa metragem. No momento está editando o 11º filme de sua saga amazônica, e prepara-se para filmar, em novembro, o 12º.
Em Moçambique, onde vive há 36 anos, seu trabalho de cineasta tem se aprofundado na documentação das questões sociais, como poderá ser conferido nas duas obras que o cineclube Kanemo tem o prazer de apresentar.
Você vai poder assistir, comentar e divulgar quatro das suas obras (abertas...), dois filmes produzidos em Moçambique, e dois na Amazônia paraense.
O filme "Djambo", vencedor do concurso CPLP-2016 - tema: as memórias de um fotógrafo-guerrilheiro - será exibido no dia 14 de agosto (quarta feira), às 19h30. "
"Quem é Vanda", o filme amazônico mais recente do cineasta - tema: vida e memória de uma trabalhadora do sexo - será exibido no dia 21 de agosto (quarta feira), às 19h30.
O filme "Minha Casa Era Aqui" - tema: reassentamento urbano - será exibido no dia 28 de agosto às 19h30.
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