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Recentemente tive o privilégio de assistir ao show de Gilberto Gil em sua turnê de despedida. Gil é um dos músicos mais intensos do País, e um dos forjadores do meu caráter intelectual, ao lado de outros talentos extraordinários da música brasileira.
Uma produção riquíssima, inteligente e comunicadora empacota uma obra-prima que é sua música, companheira em vários momentos da minha vida. Emocionante presenciar a despedida de um gênio, mas não deixa de ser triste ver a ficha cair: tudo acaba.
Ainda com essa ressaca, vem a notícia da morte de Lô Borges, outro que embalou minha vida e a de milhões de brasileiros. Lô não sabe, mas ele e seu trem azul estavam na minha estrada quando a vida me levou para novos caminhos, “seguindo os rastros do que me diz o coração”.
Com seu tênis surrado, Lô foi inovador num tempo marcado pela maldita ditadura militar. Trouxe aos grandes centros uma música mineira moderna e cativante. Junto com ele, um “clube” inteiro, o da esquina, com Milton Nascimento e sua voz incomparável à frente.
Toque quantas vezes tocar, “Clube da Esquina”, com Lô e Milton, sempre parece “o fogo de um vulcão”. O disco, com o mesmo título, foi eleito pela americana Paste o nono melhor álbum musical da história. O podcast Discoteca Básica o considerou o maior álbum brasileiro de todos os tempos.
Lô não precisou de inteligência artificial. Continuava ativo, criando. Lançou em agosto um novo disco, “Céu de Giz”, em parceria com Zeca Baleiro, o sétimo álbum nos últimos sete anos. Não deu tempo para atender aos pedidos de bis.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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