Pela primeira vez na história, meia dúzia de militares de alta patente foi condenada e presa, passando a cumprir pena em regime fechado por tentativa de golpe de Estado.
Do fanfarrão general Heleno ao falastrão general Braga Neto, eles começam a pagar pela insensatez de ajudar um miliciano que conseguiu enganar parte da população brasileira para chegar à Presidência de República e tentar se perpetuar no poder com uma pauta nazista.
A principal característica de todos eles é a covardia. Traço marcante na personalidade de quem nega suas atitudes e tenta fugir. Alguns alcançam sucesso fugaz, como Ramagem, e outros vivem a vergonha da imagem exposta tentando romper a tornozeleira eletrônica como uma criança.
Que venha a contribuição da Justiça militar, que pode expulsar os criminosos das Forças Armadas ou ao menos diminuir suas patentes. Será a demonstração de que parte dos fardados entendeu o recado, amadureceu no processo democrático e nunca mais tentará dar um golpe.
Mas é vergonhoso ver que o Congresso ainda não fez o que dele se espera. É simplesmente inaceitável que mantenha os mandatos de golpistas criminosos como Ramagem, Eduardo e Zambelli – no caso de Ramagem, condenado pela Justiça, a resistência da Câmara significa um perigoso conflito com a Constituição.
O Congresso, que deveria ser o primeiro a afiançar a democracia, acaba cumprindo um papel diminuto. O Brasil não precisa desse tipo de parlamentar.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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