//PEDÁGIOS// "O Tarcísio é muito inteligente e fará o melhor para nossa região", diz Elmir em audiência pública

 

Elmir Chedid, na audiência pública em Mogi Guaçu:
contra os pedágios, embora saiba que é impossível que não sejam instalados
 

O prefeito de Serra Negra, Elmir Chedid (União Brasil), usou suas redes sociais na sexta-feira, 14 de março, para se manifestar publicamente sobre o projeto do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de instalar pedágios nas cidades do Circuito das Águas Paulista. "Olá, pessoal. Sobre o pedágio: quero levar ao conhecimento de vocês que estamos trabalhando muito para que seja melhor para Serra Negra e para nossa região. Ainda no dia de hoje enviei um ofício pedindo audiência ao sr. governador Tarcísio de Freitas. Um grande abraço, boa noite a todos", disse.  

O vídeo do prefeito foi exibido mais de duas semanas depois que a notícia do projeto de pedagiamento das rodovias da região se tornou pública. Na sessão da Câmara Municipal do dia 10 de março os vereadores aprovaram, por unanimidade, uma moção de repúdio, encaminhada ao governador Tarcísio de Freitas, contra a instalação dos pedágios. Em Serra Negra estão previstos dois, em direção a Amparo e a Lindoia.

Antes do curto vídeo que publicou em suas redes sociais, Elmir Chedid se pronunciou sobre o tema na audiência pública promovida pelo governo do Estado de São Paulo para debater o projeto de concessão das rodovias do Circuito das Águas Paulista, na terça-feira,11 de março, em Mogi Guaçu. 

No encerramento de sua fala, solicitou que a mediadora do debate, Raquel Carneiro, diretora da Companhia Paulista de Parcerias, levasse "o nosso abraço ao Tarcísio" e dissesse ao governador que "ele é um homem muito inteligente", e que tinha a certeza de que "juntos vocês farão o melhor por toda a nossa região e pelo nosso Estado".

No seu pronunciamento, Elmir disse que, como "todos nós" é contra pagar pedágio, e que a primeira coisa que pediria ao governador é que não haja a cobrança da tarifa na região, ressaltando, no entanto, que sabe que isso "é impossível". 

O prefeito de Serra Negra fez então duas sugestões: para que haja isenção da tarifa para quem mora na região e tem de trafegar constantemente pelas suas estradas e, se isso não for possível, que haja uma redução "muito grande" na cobrança para essas pessoas.

Elmir lembrou que a economia das cidades do Circuito das Águas Paulista depende basicamente do turismo e que, embora os turistas "que têm uma condição financeira boa" possam pagar o pedágio, a cobrança vai afetar outros, que fazem o chamado "bate e volta", o que prejudicaria o desenvolvimento dos municípios da região.  

Leia, a seguir, a íntegra do pronunciamento do prefeito Elmir Chedid na audiência pública em Mogi Guaçu:

Eu queria fazer uma análise rápida, porque depois que os srs. estiveram em Serra Negra nós começamos a conversar com os vereadores, com a população, e aí muitas coisas surgiram também. Dizer que todos nós, todos nós, brasileiros, todos nós, no mundo, somos contra pagar alguma coisa, isso é normal, pagar um IPVA, pagar o IPTU, pagar ISS, pagar ICMS, pagar isso, pagar aquilo. Eu sou contra pagar pedágio, também, como todos nós somos. 

A primeira colocação é essa. Mas é importante dizer que Serra Negra teve a sua expansão ramificada, até num padrão de crescimento espraiado, desde 84, nos loteamentos, de diversas formas dispersas, dados apresentados como forma de crescimento ramificado, acreditando com toda intervenção dentro o perímetro municipal, que é cortado pela SP 360 e 147, e ela, a população, todo mundo passa por dentro dela, de acessos para Amparo, de cidades até Campinas e região, da região Mogiana, da região de Minas, é uma passagem dentro do município. 

Um ponto de atenção que a gente gostaria de dizer é que o Circuito das Águas, ele depende do turismo, ele não tem muita condição para indústrias, então nós dependemos do turista. Quando o turista escolhe um lugar para ir, e se de repente ele tem uma condição financeira muito boa, ele vai de helicóptero, ele não precisa ir de carro. Aqueles que vão de carro, mas que têm uma condição financeira boa podem ir aos nossos municípios e pagar o pedágio e não vão ligar. Mas tem muitas pessoas que no seu lazer vão fazer o bate e volta, de Campinas, da região mogiana, da região bragantina, das regiões de Minas, que vêm para o nosso Circuito das Águas e para as outras cidades que também têm uma característica turística, mas não são estâncias. Então a gente pede para olhar para que a gente não tenha um impacto nisso. 

Eu sei que as estradas melhores trarão mais turistas para a nossa população, para as nossas cidades turísticas. Eu tenho certeza disso, que podem desempenhar até novos investimentos etc, mas é importante pensar nesse momento nessas cidades que dependem da estrada e que o pedágio pode ser uma coisa agravante. As pessoas dos outros partidos na minha cidade... eu sou de centro-direita, tem a oposição de direita radical e tem a oposição de esquerda radical, mas, puxa, todos eles já fizeram estradas com pedágio também, todos passaram e já fizeram. Eu respeito, mas a gente tem de olhar dentro de uma possibilidade técnica. 

Eu vou explicar rapidamente, vou tentar. Vou direto aos pontos aqui, falando de Socorro. Querida, posso lhe chamar assim? Quase perdi uma estrada... perdi uma filha naquela estrada, com 19 anos. Vinte e três dias na UTI no Albert Einstein, porque eu tinha condição de pagar. Perdeu um olho, quebrou o rosto, levou um ano para voltar a andar. Quantas pessoas já morreram ali? Quando a gente vê só terceira faixa entre Pinhalzinho e Socorro, me dá uma dor no coração... 

Peço ao sr. governador para olhar com carinho, não é com carinho, é com um pouco mais de carinho nessa região e nessa estrada. Não vai beneficiar diretamente Serra Negra, mas... vai beneficiar também porque muitas pessoas vêm pela Fernão Dias para chegar em Serra Negra. Mas olhar para a cidade, porque Socorro está pedindo Socorro, se me permite, prefeito, está pedindo Socorro. E quando vi a minha filha, prefeito, eu vejo outras pessoas que passaram por isso e que não tiveram a condição que eu tive e ela está viva hoje, mesmo sem um olho, mesmo com dificuldade, mas eu peço, com carinho. 

Quero dizer que Serra Negra tem diversos problemas que nós colocamos para a sra. Eu vou lhe entregar uma pasta depois, mas é importante dizer que o pedágio lá, Jaguariúna, R$ 16 e pouco, vão abaixar, mas o nosso pessoal que transita dentro do Circuito das Águas, eles não pagavam pedágio para ir a Amparo, para ir a Socorro, para ir a Lindoia, para ir a Monte Alegre, para ir a Santa Antônio da Posse, a Holambra, naquele circuito... 

Sabe, estudar alguma coisa para que o nosso pessoal, ali dentro daquele mundinho que nós temos, se fosse possível eles não pagarem pedágio ali, para verificar uma cidade com a outra. Eu não sei se através da placa, do IPVA... Eu vi que existe o desconto, mas se for possível a não cobrança... A gente depende de saúde, de educação, de cultura, de trabalho, de trabalhadores, que fazem esse circuito, muita gente de cada cidade dessa, uma trabalha na outra... Às vezes, como foi dito pelo prefeito de Lindoia, vão umas três, quatro vezes... Tentar usar uma fórmula que isso não incomode muito o nosso pessoal. 

A nossa renda per capita dessa região é comparada, com todo o respeito pela região mogiana, é três ou quatro vezes menor do que essa região. Ela tem indústria, ela tem potência, a nossa é carente disso. 

Então, a primeira coisa seria não ter o pedágio, que eu sei que é impossível. Mas a gente tem de pedir, quem sabe haja uma forma de isso acontecer. A segunda é que haja uma cobrança para esses locais, para essas cidades vizinhas, que umas dependem da outra, que não seja cobrado. Em terceiro, que haja uma cobrança, se não for possível a primeira e a segunda, de uma redução muito grande para eles, que comprovem trabalho, saúde, coisa desse tipo, e hoje é possível, talvez, toda essa sistemática. 

E hoje nós colocamos aí, quatro marginais que nós já colocamos, que são necessárias ali, marginais que eu digo são os acessos laterais, para que os nossos comércios, hotéis, possam acessar, porque hoje o DER quer fechar tudo, com razão, então a gente tem de dar oportunidade para que isso aconteça. A rotatória, são seis unidades, duas travessias elevadas, uma lá em cima e uma nas Três Barras, que nós já falamos. 

Eu acho que já acabei, secretária. Eu estou chamando a sra. de secretária porque acho que o governador Tarcísio deveria colocar a sra. como secretária de Estado pela forma que a sra. tem de conversar, da forma de a sra. anotar e ver e dar retorno para nós. Isso é muito importante. Gostaria que o Tarcísio tivesse todos os secretários, pessoas no governo como a sra., que vê com muita atenção, muito carinho, com muito respeito, e presta atenção em tudo o que estão falando, de bom, de mau, alguns mais agressivos, que eu pude ver em vídeo, mas agradecer o seu carinho, o seu respeito por todos nós e por todo o povo de São Paulo. 

Leve o nosso abraço ao Tarcísio e diga com ele, dia a ele o seguinte: ele é um homem muito inteligente, e eu tenho certeza de que juntos vocês farão o melhor por toda a nossa região e pelo nosso Estado. Muito obrigado, parabéns a todos.