//FERNANDO PESCIOTTA// A economia e o voto dos jovens



Desde a pandemia, o mundo todo sofre com uma inflação mais alta. Em vários países, como o Brasil e, consequentemente, parte do planeta, por causa do poder exportador do País, as crises climáticas agravam a situação.

De forma macabra, a extrema-direita coordenada globalmente explora essa situação e em muitos casos alcança sucesso. De 25 eleições nacionais monitoradas por organismos multilaterais, a oposição venceu 19.

No último final de semana, esse alarde cresceu com o resultado eleitoral da Alemanha, onde a segunda maior votação foi para AfD, de extrema-direita. Assustador ver os alemães darem aos nazistas a maior votação desde Hitler.

A situação econômica da Alemanha ajuda a explicar o resultado. Com a guerra na Ucrânia, subiu o preço da energia, comprometendo o orçamento familiar pelo peso da calefação na vida das pessoas. Além disso, a inflação ainda está em níveis mais elevados do que no período pré-Covid.

A Alemanha ficou menos competitiva, perdendo mercado para os produtos chineses, o que resulta em fechamento de fábricas e desemprego.

EXEMPLO PARA LULA – Embora o maior avanço tenha sido da extrema-direita, especialmente no Leste do país, da ex-Alemanha Oriental, analistas chamam atenção para o crescimento não esperado do partido A Esquerda (Die Link), que alcançou 8,5% dos votos.

A Esquerda praticamente dobrou de tamanho em relação a 2021 ao atrair o voto do eleitorado mais jovem, graças a um vídeo da deputada Heide Reichinnek, principal rosto da legenda na campanha.

O vídeo focou questões como moradia e custo de vida, deixando de lado temas polêmicos e filosóficos. Teve mais de 30 milhões de visualizações e está servindo de exemplo para a comunicação do governo Lula para atrair o voto dos jovens. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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