//FERNANDO PESCIOTTA// Lula e a Segurança Pública

Foto: Valter Campanato/AgênciaBrasil



Além do menosprezo pela questão ideológica e da forte influência do dinheiro das emendas parlamentares, a questão da violência foi elemento importante nas eleições municipais, assim como tem sido em outros processos eleitorais.

A preocupação com a violência não é mais uma exclusividade dos grandes centros urbanos. Permeia a vida cotidiana em todo o País, além de ter avançado onde já existia.

É nesse contexto que o governo petista acordou para a importância de um tema historicamente relegado a segundo plano entre partidos de esquerda. Nesta quinta-feira (31), o presidente Lula apresentou a governadores um plano nacional de segurança pública.

Liderado pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o projeto prevê colocar na Constituição o Sistema Único de Segurança Pública, competências da Polícia Federal e o Fundo Nacional de Segurança Pública. Com a promessa de não tirar a autonomia dos governadores.

Ainda assim, há chiadeira. Os governadores não querem “interferência”. Embora não gostem de ser atrelados aos aumentos dos índices de violência, querem “autonomia” para resolver um problema que não é só deles. Querem capitalizar sozinhos eventual melhora.

Claramente, o crime não é mais paroquial. As organizações criminosas estão pra lá de avançadas no mundo globalizado, invadiram as instituições, estão nas classes ricas e pobres, dominam empresas e comércios.

Com uma visão tacanha de usar apenas a força contra o crime, a derrota é certa. Sem inteligência, o que inclui abraçar gente e atacar iniciativas, vamos continuar convivendo com grades, medo e insegurança.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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