//FERNANDO PESCIOTTA// Dias turbulentos



O ministro Fernando Haddad confirmou que o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo (foto), é o indicado do presidente Lula para comandar o BC.

Galípolo acumula elogios em toda parte. Líderes políticos acham que ele é inteligente, do bem, com ótimas ideias e intenções e, melhor de tudo para um economista, tem uma comunicação fácil, direta, sem pedantismo e sem um tom professoral.

Para os donos do dinheiro, ele é o cara. Itaú, Bradesco e a Federação dos Bancos emitiram nora para elogiar a indicação.

Galípolo, de apenas 42 anos, foi um dos conselheiros de Lula na campanha eleitoral de 2022 e no ano passado ocupou o cargo de número dois do Ministério da Fazenda, fazendo dobradinha com Haddad.

Até hoje ele mantém ótima relação com Lula, com quem conversa regulamente sobre economia, meta fiscal e as contas públicas.

Apesar de tudo isso, e por causa disso, Galípolo está ferrado. Seus próximos dias serão de ansiedade, pois o Senado resiste em marcar logo a sabatina obrigatória para sua aprovação.

Uma vez no cargo, a situação vai piorar ainda mais. Por um lado, será pressionado pelo governo e pelo PT para baixar os juros. Por outro, será cobrado pelas cobras do mercado financeiro para se mostrar “independente”, ou seja, aliado das cobras, e capaz de ferrar a população do jeito que a Faria Lima gosta.

Sinceramente, não, queria estar no seu lugar. Mas já que sua missão é essa, recomendo, antes de mais nada, passar uns dias na Bahia para consultar uns orixás e tomar banho de mar quente e bem salgado.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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