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Em seu livro “A Geração Ansiosa”, Jonathan Haidt, psicólogo e professor da Universidade de Nova York, compara o uso das redes sociais por adolescentes e crianças ao vício em heroína. Para ele, apenas as redes sociais explicam a crise de saúde mental dos jovens.
A situação é caótica. Reportagem do The New York Times relata o desespero de pais com a violência sofrida por seus filhos nas redes sociais, com vários registros de mortes de jovens menores de 18 anos.
Isso tudo explica o movimento de pais pressionando o Congresso dos EUA a aprovar o Kids Online Safety Act (Kosa, na sigla em inglês), um projeto de lei que propõe exigir que aplicativos de mídia social, jogos e mensagens limitem recursos que podem aumentar a depressão, bullying ou levar à exploração sexual.
A proposta é uma forma de regulamentar as redes sociais, o que se pretende também por aqui, embora com outra motivação. Nos EUA, o projeto exige das plataformas a ativação de configurações mais altas de privacidade e segurança para usuários com menos de 17 anos e permita que os jovens optem por sair de recursos que podem levar ao uso compulsivo da rede.
Outros grupos de pais criaram organizações para combater o vício em redes sociais, transtornos alimentares e envenenamento por fentanil, estimulado por vendedores da droga.
No Brasil, na ausência de perspectivas de uma regulamentação e limites para as plataformas, pais têm optado por uma estratégia criativa: comprar celulares antigos, de forma a evitar o acesso às redes sociais que prejudique o aprendizado e a saúde física e mental de seus filhos.
Como se vê, o mundo se movimenta para se proteger das plataformas digitais. Inescrupulosas, visam apenas o dinheiro fácil, sem nenhum compromisso com a vida ou qualquer virtude.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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