//FERNANDO PESCIOTTA// Ódio e mentira na campanha municipal



A ministra Carmem Lúcia, do STF, assumiu a presidência do TSE com um discurso que pode ter frustrado aqueles que imaginavam que sua volta ao cargo seria um alento depois de dois anos de atuação do xerife Xandão.

Com uma imagem mais frágil e a boa fala de mineira, Carmem Lúcia fez, porém, um duro discurso contra a propagação de fake news nas campanhas eleitorais e enalteceu Alexandre de Moraes.

Carmem Lúcia enfatizou o combate aos “antidemocratas” e criticou o “algoritmo do ódio”. Afirmou que mentiras espalhadas em redes sociais são um “desaforo tirânico contra a integridade das democracias”. Segundo ela, “a mentira é um instrumento de covardes e egoístas”.

A prova de fogo da nova presidente do TSE serão as eleições municipais, que vão inaugurar o uso em grande escala da inteligência artificial para tentar enganar o eleitor.

O ambiente prometido pelos golpistas é de ódio puro, a ponto de amedrontar até quem tem histórico de resistência. A deputada Maria do Rosário é um exemplo disso.

Única deputada do PT a votar pela derrubada do veto do presidente Lula à proposta de acabar com a saidinha de presos, ela alega que sua posição buscou evitar “ataques da extrema-direita”.

Rosário é pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre e considera que o veto de Lula foi “um equívoco”. O agravante é que Maria do Rosário foi ministra dos Direitos Humanos.

Pode-se questionar seu comportamento. Talvez tenha colocado sua vaidade e pretensão acima de convicções e da orientação partidária, mas seu temor é demonstrativo da força do ódio na campanha

---------------------------------------------

Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


Comentários