//FERNANDO PESCIOTTA// Fantasminha sabotador



Há algum tempo são identificadas ações de agentes do mercado financeiro que sugerem uma politização das decisões de investimento. Só não vê quem não quer.

Na semana passada, em audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, o ministro Fernando Haddad expôs esse cenário no mínimo constrangedor.

Para Haddad, há um “fantasminha” fazendo a cabeça de pessoas e construindo ruídos “patrocinados” para criar um cenário irreal.

Haddad é uma pessoa muito educada e não deu nome nem sobrenome para o fantasminha. Mas todo mundo sabe que o mercado financeiro ficou particularmente impactado com declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (foto), feitas em Washington, em abril. Apontamos isso aqui à época.

Como se não bastasse, Campos Neto passou a repetir com insistência suas suspeitas sobre tudo, sobre a política fiscal, sobre inflação e até sobre os efeitos da crise do Rio Grande do Sul sem nenhum dado concreto para subsidiá-lo. Também salientamos isso aqui.

De forma criminosa, Campos Neto antecipou publicamente a mudança de rumo da política monetária, deixando claro que os juros não cairiam mais no mesmo ritmo.

Por essas e por outras, Haddad disse na Câmara que o BC fala “infinitamente” mais com o mercado financeiro do que com a Fazenda.

Para líderes do PT, a ideia de Campos Neto e agregados, como Armínio Fraga, é criar um ambiente que deixe o futuro presidente do BC no mínimo constrangido para tocar sua própria política. Os fantasminhas são sabotadores.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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