//SALETE SILVA// Doenças do aparelho digestivo são as que mais causam internações de serranos



As doenças do aparelho digestivo foram as principais causas de internação de moradores de Serra Negra em 2023. Foram internados naquele ano 303 pacientes com problemas digestivos, 36,4% mais do que as internações por essas doenças em 2019.

A segunda principal causa de internação foram as doenças do aparelho circulatório. Foram internados 290 serranos com doenças do coração e vasos sanguíneos. A terceira principal causa foram as neoplasias. As internações por tumores somaram 167, cerca de 46% mais do que as 114 registradas em 2019.

As informações constam no Relatório Anual de Gestão de Serra Negra 2023, produzido pelo Ministério da Saúde e divulgado no início do mês. O documento, que traz informações relevantes sobre a saúde no município, foi apresentado na reunião mensal do Conselho Municipal de Saúde, mas não está disponível para a população nem mesmo para profissionais da área médica.

Foram internados 2.142 serranos em 2023 no Hospital Santa Rosa de Lima e em outras instituições hospitalares do Sistema Cross do governo do Estado, que encaminha os pacientes para os hospitais credenciados. No ano anterior foram registradas 1.975 internações, 8% menos do que em 2023. As internações ainda superam em quase 19% as de 2019, ano anterior à pandemia.

Embora tenham sido registradas apenas 20 internações por doenças de pele e do tecido subcutâneo, essa foi a causa de internação com maior crescimento: 120%, seguida das doenças do sistema nervoso (Alzheimer, acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, Parkinson e enxaqueca), que tiveram aumento de 68%.

O crescimento dos casos de câncer segue uma tendência no país e no mundo. O Instituto Nacional de Câncer estima o diagnóstico de 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. O documento do Ministério da Saúde avalia que a alta das doenças do aparelho nervoso podem refletir complicações provocadas pelo covid-19.

O Relatório de Gestão Anual da Saúde revela ainda que entre 202 e 2019 os casos de doenças endócrinas nutricionais e metabólicas - diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares – aumentaram 90%.

O número de óbitos por essas doenças no município não parou de crescer desde o início da pandemia. Em 2019 foram registrados 11 óbitos. O número subiu para 19 em 2020 e 2021 e chegou a 21 óbitos em 2022. O relatório não traz informações sobre o registro de óbitos em 2023. Os óbitos por doenças respiratórias também estão entre os que mais aumentaram desde 2019, passando de 35 casos registrados para 44.

As mortes por neoplasias, que tiveram aumento na cidade de 30%, passando de 52 casos em 2019 para 68 em 2020, durante o primeiro ano da pandemia, quando os atendimentos hospitalares e clínicos ficaram restritos, voltaram a cair em 2022. Foram registrados 50 óbitos por tumores, dois menos do que em 2019. O relatório avalia ainda que essa redução de óbitos por neoplasias podem ser reflexo do aumento no número de prestadores de serviços estaduais e atendimento mais ágil e em tempo mais adequado.

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Salete Silva é jornalista profissional diplomada (ex-Estadão e Gazeta Mercantil) e editora do Viva! Serra Negra



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