//FERNANDO PESCIOTTA// Jogando contra



Levantamento da Boston Consulting Group revela que há menos brasileiros dispostos a trabalhar no exterior do que antes da pandemia. São 16% os interessados em sair, ante 70% em 2020 e 33% em 2018.

Esse é apenas um indicativo de que o fim do governo miliciano trouxe novas perspectivas para o País. O fim da pandemia e do inferno da gestão anterior significam voltar à luz.

Essa é uma das razões para tanta tentativa de sabotagem aos projetos de reconstrução. Parlamentares preocupados exclusivamente com seu próprio umbigo não cansam de jogar areia no que pode dar certo.

Um exemplo é a reoneração da folha de pagamentos. De olho na eleição municipal, deputados e senadores querem renegociar o pactuado para desidratar a arrecadação da União.

Outro exemplo é o programa de recuperação do setor de eventos, o Perse. Tratava-se de uma farra arrumada pelo Congresso para dar dinheiro público, do Orçamento, para um negócio que ainda se diz vítima da pandemia, e que já consumiu R$ 60 bilhões. Um saco sem fundo.

O ministro Fernando Haddad conseguiu aprovar na Câmara um acordo para que o socorro se limite a R$ 15 bilhões até 2026. Agora, no Senado, a relatora Daniella Ribeiro, do PSD, teoricamente da base governista, quer mudar o texto para acrescentar correção monetária.

Além do prejuízo que isso trará para o Orçamento, a medida fará a proposta voltar à Câmara para nova apreciação.

Cordato, porém, Haddad elogia o “diálogo” com o Congresso, que “tem dado muito certo”, e considera que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, continua sendo um aliado. Com isso, espera derrubar a estapafúrdia proposta de Daniella.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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